Para todos aqueles que ainda se sentem prejudicados por medidas de restrição à atividade decorrentes do combate ao coronavírus podem aplicar uma receita que tem se mostrado infalível para resolver o problema. As Organizações Tabajara recomendam se acorrentar diante dos prédios públicos que simbolizem a origem de suas aflições e garantem que em poucas horas alguém lá de dentro sairá com uma boa solução. “Seus problemas acabaram”, dizia o refrão das Organizações popularizado no humorístico global Casseta & Planeta.
Aconteceu duas vezes em Curitiba desde a semana passada. Primeiro, com o empresário Arlindo Ventura, dono do Bar O Torto, que viu o empréstimo emergencial de R$ 55 mil que havia pedido à Caixa Econômica no longínquo mês de fevereiro ser liberado em apenas 60 horas.
Durante este tempo ele se manteve acorrentado diante de uma agência Centro Cívico. Não demorou muito, o assunto chegou ao ministro Paulo Guedes e voltou a Curitiba na forma de rápida liberação do dinheiro após preenchimento de um poucos quesitos.
Nesta segunda-feira (20), empregados de academias de ginástica de Curitiba, aflitos com o fechamento dos estabelecimentos e, consequentemente, ameaçados de demissão, acorrentaram-se diante da prefeitura. À noite do mesmo dia recebiam a notícia da decisão do prefeito de que academias poderiam ser reabertas, sem limitações de horários de funcionamento.
Um decreto do prefeito Rafael Greca, publicado nesta terça-feira (21), sacramentou o atendimento à reivindicação dos educadores físicos e, de quebra, também atendeu aos insistentes apelos de bares, restaurantes e comércio de rua para que também fossem libertados dos grilhões impostos pela pandemia. Nestes últimos casos, nem foi preciso recorrer às correntes.
Enquanto isso, Curitiba soma quase 400 mortes desde o início da pandemia do Covid-19, com 90% de ocupação dos leitos de UTI. Só nesta terça, foram 18 óbitos. Contra estes males, recomenda-se apenas uma corrente de oração.