Na visão do Sindicato dos Professores de Ensino Superior de Curitiba e Região Metropolitana (Sinpes) desobrigar o uso de máscaras em ambientes fechados, como se está pretendendo fazer nos próximos dias, é prematuro e pode custar a saúde e a vida de muitas pessoas.
No ensino superior privado de Curitiba e Região Metropolitana, por exemplo, milhares de estudantes e cerca de cinco mil professores e professoras voltaram às salas de aula no último mês de fevereiro. Em muitas instituições de ensino superior, como é de conhecimento do Sinpes, há turmas com mais de 40 alunos. Desobrigar o uso de máscaras nestes ambientes, a exemplo de outros como o transporte público, pode, como diversos especialistas (e alguns governadores) têm afirmado, levar a uma explosão de casos, colocando em risco grande parte da população. É importante lembrar também que a covid-19 ainda mata centenas de pessoas por dia no Brasil. Ao todo, morreram mais de 656 mil pessoas no país em decorrência da doença.
Um dos argumentos das autoridades para desobrigar o uso de máscaras em ambientes fechados são os altos índices de vacinação. Mas a capital paranaense não é uma ilha e está cercada por cidades da Região Metropolitana que têm taxas vacinais diferentes. E nem todo mundo está completamente vacinado contra a covid: menos da metade das pessoas com menos de 50 anos no Brasil tomaram a terceira dose.
Entre os dias 31 de janeiro e 4 de fevereiro, o Sinpes realizou uma consulta online com a comunidade acadêmica do ensino superior privado de Curitiba e Região Metropolitana. O objetivo da pesquisa foi questionar professores/as, alunos/as e outros trabalhadores das instituições de ensino superior sobre a obrigatoriedade do Passaporte da Vacina para o retorno das aulas presenciais. Embora a grande maioria aprove a exigência do passaporte, na prática não se têm notícia de que ele tenha sido solicitado por nenhuma das instituições de ensino particulares de Curitiba e da Região Metropolitana.
O sindicato ainda questionou os participantes sobre quantos estavam completamente imunizados/as contra a Covid-19. Apenas 42,5% do total respondeu que tinha tomado as duas doses da vacina contra a Covid-19 mais a dose de reforço; 29% respondeu que tomou as duas doses; 25% apenas uma dose e 2,5% não se vacinou.
Além disso, há diversas preocupações em torno da subvariante da ômicron (BA.2) e da variante “deltacron” (apelido dado à nova linhagem AY.4/BA.1) e do aumento de infecções em localidades da Ásia e da Europa, como Hong Kong, China, Alemanha, França e Reino Unido.
Diante disso, o Sinpes vem a público manifestar sua preocupação com o fim da obrigatoriedade do uso de máscaras em ambientes fechados. Para o sindicato, os cuidados para se evitar o contágio pelo coronavírus devem continuar e o uso de máscaras se faz ainda indispensável.