Severino, o espalha-roda

O presidente estadual do PSB, Severino Araújo, causou profunda irritação na cúpula nacional do partido ao emitir nota em que classifica o ex-ministro Joaquim Barbosa como “autoritário”, “avesso à política” e criticou a sua eventual candidatura a presidente por considerá-la “inaceitável, pois suas ideias estão em conflito com a história e a tradição do PSB.”

O PSB nacional luta há tempos para conseguir a filiação de Barbosa e lançá-lo candidato ao Palácio do Planalto – que agora já parece confirmada. Os deputados federais da legenda, que veem no ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) um “puxador” de votos capaz de dar à legenda maior protagonismo político e ampliar as bancadas na Câmara e no Senado, também defendem o lançamento de sua candidatura.

O aborrecimento da executiva do PSB vem de longe. Nos últimos meses, o partido fez o que podia para tirar o diretório estadual da sigla do comando de Severino, mas não conseguiu. Desta vez, porém, em razão dos ataques que fez a Barbosa, é possível que o “o caudilho socialista” do Paraná seja devidamente enquadrado.

O partido responsabiliza Severino pelo fracasso da composição que o partido pretendia fazer com o candidato Osmar Dias, do PDT. Primeiro, queria sua filiação ao partido para lançá-lo candidato ao governo estadual. Depois, aceitou que Osmar permanecesse no PDT e recebesse o PSB como aliado. Os deputados estaduais tentaram ajudar nessa composição. Mas Severino, aliado de Beto Richa, bombardeou todas as possibilidades.

Tanto em Brasília quanto no Paraná, Severino Araújo vem sendo tratado como um “espalha roda”.

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