Sesp apenas confirma gravidade do “faroeste”

(por Jorge Bernardi) Semana passada comparei, neste Contraponto, os assaltos a bancos no interior do Paraná, aos tempos do faroeste, retratadas em filmes de bang bang, tal a violência e ousadia das quadrilhas e a ineficiência das forças de segurança pública. Constatei a gravidade da situação ao ir a agências bancárias de Mandirituba e Quitandinha, que operam sem dinheiro vivo há anos, desde que foram dinamitadas pelos bandidos.

A falta de dinheiro em espécie é uma situação grave que atinge dezenas de pequenas cidades no interior do Paraná que foram atacadas por estas organizações criminosas. Ficam evidentes os prejuízos e incômodos que esta situação causam às pessoas e à economia local após os assaltos a bancos.
Após meu artigo, a Secretaria de Segurança Pública, SESP, emitiu nota, justificando os dados que apresentei, argumentando que houve uma queda neste tipo de crimes, de 2017 para 2018. Os números apresentados pelo órgão de segurança, no entanto, só comprovam a ineficiência do poder público para enfrentar este grave problema.

Diz a nota: “Comparando os dois primeiros meses de 2017 (janeiro e fevereiro) foram registrados 40 assaltos a bancos no Paraná, enquanto nos dois primeiros meses de 2018, foram apenas 24. Uma redução de 40 %”.

Como se 24 assaltos a bancos em dois meses fosse um número positivo? Significa um assalto a banco a cada 2,5 dias. Em relação aos dados de 2016, a SESP não apenas corroborou com os números que apresentei 95 casos, mas corrigiu para cima, aumentando para 131.

Observem que a Secretaria de Segurança não questionou a defasagem que apontei de 11 mil policiais militares, 3 mil policiais civis e 250 cidades que estão sem delegados de polícia. Não se manifestou sobre as 22 mil pericias pendentes por falta de peritos e dos mais de 1.200 cargos que estão vagos na polícia científica.

Apesar da propaganda oficial informar de que o governo contratou mais de 10 mil policiais militares, a realidade é que apenas repôs o efetivo que se aposentou ao longo dos anos. O Paraná tem um policial para 500 habitantes, enquanto a ONU preconiza um policial para cada 250 habitantes. Está claro que o elevado número de assaltos a bancos tem relação com a falta de policialmente.

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