A PEC da reforma eleitoral, que será votada nesta terça-feira (17), em segundo turno, na Câmara dos Deputados, deve sofrer modificações no Senado Federal, que já sinalizou ser contra o retorno das coligações. “Senadores governistas e da oposição criticam a volta das coligações proporcionais, em consonância com o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (DEM-MG)”, informa o jornal O Globo. Para valer nas eleições do ano que vem, o texto precisa ser chancelado pelo Senado até outubro.
O senador Izalci Lucas (DF), líder do PSDB, é um dos que estão contra a proposta: “Os parlamentares pensaram primeiro neles próprios. Qual a forma mais fácil de se reeleger? Com coligação. Ocorre que, pelo sistema de coligação, os partidos fazem aliança com base no cálculo de quantos deputados podem eleger, e não com base em conteúdo programático. São interesses eleitorais. Na Cidade Ocidental, em Goiás, o DEM fez coligação com o PCdoB em 2016. Ou seja, o eleitor vota em um liberal e acaba elegendo um comunista. Ou o contrário.”
Na semana passada, o presidente do Senado também disse considerar a retomada das coligações proporcionais um “retrocesso” e que consultará os colegas para definir um encaminhamento.
O líder do governo no Congresso Nacional, senador Eduardo Gomes (MDB-TO), alerta para a velocidade de tramitação da medida:
“Causa suspeita quando se faz reforma política de dois em dois anos. Fica parecendo que o Congresso fez de cobaia os vereadores na eleição de 2020. Sou favorável à análise de uma reforma política, inclusive com a questão das coligações, mas sou contra aprovar qualquer mudança às pressas, até outubro deste ano, para que já entre em vigor no pleito do ano que vem. Acho que para haver reforma política tem que ter diálogo e sintonia entre Câmara e Senado.”