O Brasil imita a Itália. Quando a Operação Mãos Limpas estava varrendo os corruptos italianos da vida pública, os políticos procuravam tábuas de salvação criando leis que tornavam inócuas as condenações e medidas judiciais. Graças a isso, nasceu e sobreviveu, por exemplo, o notório sr. Berlusconi – símbolo da desfaçatez e da corrupção desenfreada.
O Brasil da Lava Jato pode tomar o mesmo caminho da Itália. Já são muitas a iniciativas para proteger as organizações e políticos envolvidos. A mais recente é a do deputado Vicente Cândido, do PT paulista, conforme relata a Coluna do Estadão:
“Sem alarde, o deputado Vicente Cândido (PT-SP) incluiu no seu relatório na Comissão de Reforma Política artigo que, se aprovado, vai impedir a partir da eleição de 2018 a prisão de candidatos até oito meses antes da eleição. A mudança altera o Artigo 236 do Código Eleitoral, que proíbe a prisão 15 dias antes do pleito. Já ganhou o apelido de “emenda Lula”. Candidato à sucessão presidencial, o petista foi condenado pelo juiz Sérgio Moro a 9 anos e 6 meses de cadeia. Se o TRF mantiver a sentença, ele poderá se beneficiar da nova regra eleitoral.
Sem rodeios. Vicente Cândido admitiu à Coluna que a nova regra beneficia Lula e que foi pensada para “blindar” não só ele, mas políticos investigados. “Lula também, como qualquer outro. É nossa arma contra esse período de judicialização da política.”