(por Ruth Bolognese) – Quem completou 85 anos no sábado foi um dos paranaenses mais respeitados, aqui e em Brasília, por cumprir a mais elementar regra da atividade política: ser honesto. O ex-ministro da Casa Civil do governo FHC e Diretor Geral da Itaipu Binacional, Euclides Scalco, um dos fundadores do PSDB ao lado de FHC, Mário Covas e José Richa.
Scalco foi referência para uma leva de políticos paranaenses , de ideologias variadas, entre eles, Roberto Requião, Jaime Lerner e Maurício Fruet, e mais recentemente, os filhos deles, como Gustavo Fruet e Beto Richa. Scalco costuma contar grandes histórias de embates com políticos desses que aí estão.
Quando foi indicado para DG da Itaipu Binacional, uma das primeiras visitas que recebeu em casa foi a do então deputado federal Ricardo Barros, líder do PP, hoje ministro da Saúde de Temer. Foi curto e grosso: queria indicar nada menos, nada mais, do que o diretor financeiro da maior hidrelétrica do mundo. Na mesma forma, Scalco foi curto e grosso: disse “não”. Tinha firmado um acordo com FHC que só assumiria a Itaipu se tivesse plena liberdade de indicar quem quisesse. E assim o fez.
Com o governador Beto Richa, afilhado de batismo, a situação foi mais emocional: Scalco foi um dos coordenadores das campanhas para prefeito de Beto Richa e chamado, obviamente, para continuar no mesmo posto na candidatura ao Governo. Num encontro com Beto alertou-o sobre a atuação do primo , (que àquela época não era distante), Luiz Abi, cada vez mais ousada na arrecadação de doações para a campanha. E disse que não poderia trabalhar ao lado dele. Deixou a escolha a critério do candidato. O resto da história todo mundo conhece.
Que viva mil anos o Euclides Scalco. De quem me distanciei nos últimos tempos por não conseguir encarar a morte de nosso amigo comum, o jornalista Hélio Teixeira, com quem almoçávamos pelo menos uma vez por semana. Tenho muita saudade, Scalco.
Grande amigo de meu Pai, farmacêutico como ele. Pessoa corretíssima!