Durante reunião na Comissão de Meio Ambiente (CMA), no Senado Federal, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, defendeu nesta terça-feria (13) o uso de fogo de maneira preventiva como forma de diminuir os incêndios no Pantanal mato-grossense, afetado por incêndios históricos em 2020. Assim como a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, Salles também defendeu que reconhecer a criação de gado no bioma poderia auxiliar no combate às queimadas. Na semana passada, ela disse que o boi bombeiro ajuda no combate às queimadas.
Ao comentar as ações do governo federal no combate às queimadas, o ministro ressaltou por duas vezes que a União é responsável por apenas 6% da área total do bioma, ou 925 mil hectares de uma área que supera os 14 milhões de hectares. O fogo, apesar disso, já afetou 4 milhões de hectares, ou 26% da área total do Pantanal, segundo a senadora Simone Tebet (MDB-MS).
A senadora propôs ao ministro que, durante um prazo excepcional de quatro anos, as medidas de combate a incêndios no Pantanal fossem tratadas pelo Conselho da Amazônia, comandado pelo vice-presidente Hamilton Mourão. Salles defendeu que o Conselho tem medidas distintas ao que ocorre no Pantanal, mais voltadas ao desenvolvimento humano no norte do país.
Questionado sobre o uso de novas tecnologias para o combate às chamas, o ministro defendeu o uso de retardantes de incêndio – que, segundo especialistas, poderiam inutilizar corpos d’água. “O Estado do Mato Grosso começou a utilizar, nós no governo federal já utilizamos, e utilizamos na Chapada dos Veadeiros com sucesso. E é uma questão que precisa ser encarado de frente. Essa visão de que emprego de tecnologia não é salutar é equivocada”, disse.
O titular do meio ambiente no governo Bolsonaro também rebateu críticas do senador Fabiano Contarato (Rede-ES), presidente da comissão, que chamou a gestão atual de “um desmonte inimaginável”, passível de crime de responsabilidade por ação ou omissão.
“Não há desmonte – nós recebemos este desmonte”, respondeu Salles, que continuou: “O desmonte foi feito antes de nós. Recebemos Ibama e ICMBio com 50% dos seus quadros de pessoal faltando, orçamentos deficitários, e problemas graves de infraestrutura. Em meio a esse caos que o governo herdou de gestões passados, não só de gestão mas econômico, estamos tentando arrumar a casa com os recursos que nós temos.” (Congresso em Foco).