Requião e Ernesto Araujo: unidos contra George Soros

O senador Roberto Requião tem usado sua conta no twitter para fazer troça do diplomata Ernesto Araujo, futuro chanceler de Jair Bolsonaro. “Torquemada, Savanarola, ou uma espécie de reverendo Jim Jones? É assim nosso novo Chanceler?, escreveu Requião. Há sim muito de pitoresco nos artigos de Araújo, mas uma análise rápida revela a proximidade entre o pensamento de Requião e do próprio Araújo.

A retórica do emedebista é repleta de críticas à globalização, ao “capital vadio” e ao “baronato internacional”. Desde a década de 90, um dos personagens a encarnar todo esse mal na terra é o megainvestidor George Soros. Uma rápida pesquisa no Google revela dezenas de pronunciamentos e discursos de Requião contra o investidor, húngaro de nascimento.

Pois bem, Soros também é o inimigo preferido da nova direita brasileira, capitaneada pelo filósofo Olavo de Carvalho, mentor da fonte onde bebe Araújo. Soros seria o pai do “globalismo”, um espécie de articulação transnacional para colocar de joelhos os estados nacionais. Há uma pequena divergência nos discursos.

Para Araújo e sua turma, Soros usa do capitalismo internacional para financiar a destruição dos “valores ocidentais”, utilizando para isso o chamado marxismo cultural”. Quem quiser ler mais sobre o assunto pode clicar aqui (https://cultura.estadao.com.br/blogs/estado-da-arte/quem-tem-medo-do-globalismo/).

Para Requião não tem nada disso, é só a velha e boa luta de classes, em escala planetária. O fato é que apesar das pontuais divergências, há um um grande e articulado discurso em comum entre Requião e o novo chanceler. Um bom jantar e um bom vinho colocaria a turma toda praguejando contra George Soros, os Illuminati e todo o resto.

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