Renault troca Afonso Pena por Guarulhos. É mais barato e rápido

A Renault, montadora que fica a 13 quilômetros de distância do aeroporto Afonso Pena, descobriu que fica mais barato importar componentes via terminal de cargas do aeroporto de Guarulhos (SP), a 436 quilômetros. Só em 2015, a indústria economizou R$ 6,5 milhões – segundo conta o diretor de fabricação da indústria, que se instalou nos anos 1990 em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba, atraída sobretudo pelas facilidades logísticas representadas pela proximidade do aeroporto e do Porto de Paranaguá.

O que acontece agora que prefere servir-se de um terminal muito mais distante? Simples: redução de custos!

Todos os meses a Renault precisa trazer por via aérea de 5% a 10% dos componentes importados usados na produção no Paraná. São principalmente itens eletrônicos, cabos e até alguns tipos especiais de parafusos não fabricados no Brasil, que representam a carga aproximada de um avião por semana. Há anos essa operação vinha sendo feita pelo aeroporto Afonso Pena. Isso até o ano passado, quando a equipe responsável pela logística da cadeia de suprimentos da Renault levantou que aqui o frete custa € 3,60 por quilo transportado, enquanto esse valor baixa para cerca de € 2 no terminal de Guarulhos.

Essa quase inacreditável variação de 45% no frete acontece especialmente porque existe grande número de companhias, mais de 20, que fazem voos cargueiros diários para o aeroporto paulista, aumentando a margem de negociação de preços que alcançam variações de 10% a 30% entre um fornecedor e outro. Já no Paraná são apenas três voos por semana de duas empresas.

Mais recentemente a situação piorou, quando, em julho passado, uma empresa privada de nome Pac Log ganhou a concessão de gestão dos aeroportos Afonso Pena, São José dos Campos e Goiânia. E abruptamente os valores de armazenagem foram elevados com uma taxa de administração de R$ 600 reais na importação e R$ 300 reais na exportação.

O problema não afeta apenas a Renault, mas todas as demais montadoras e empresas instaladas na região metropolitana de Curitiba que dependem de importações via aérea.

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