Quem precisa de Alvaro Dias agora?

(por Ruth Bolognese) – O senador Alvaro Dias está no mato sem cachorro. A tão propalada unanimidade paranaense à candidatura presidencial dele, que era pouca, acabou-se. E nem o candidato Ratinho Jr, que já conseguiu o que queria (a desistência do principal adversário), há de querer na campanha eleitoral um homem com a fama de trair o próprio irmão para se cacifar politicamente.

Alvaro Dias é um sério candidato a repetir a trajetória de outro senador, o biônico* Afonso Camargo, o último candidato paranaense à presidente. Eram os anos 80.

O Afonsinho, como era conhecido, candidatou-se com o apoio de grande parte dos seus conterrâneos, e com mote aleatório, o “Pai do Vale Transporte”. No decorrer da campanha, ajudado por um ator com o bordão de “Nojento”, foi diminuindo, diminuindo, e acabou com menos de 2% dos votos. Nem os paranaenses queriam saber dele.

(*) Biônico, para quem tem menos de 40 anos, era como se chamavam os senadores nomeados pela ditadura para compor o Congresso Nacional e manter, além do apoio, um certo ar (longínquo) de normalidade democrática. Nada a ver com Biotônico Fontoura nem Homem Biônico.

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