A quem Deonilson acusa?

O secretário estadual de Comunicação Social, Deonilson Roldo, está devendo explicações sobre o que quis dizer na entrevista que deu aos jornalistas logo após ser ouvido pela Polícia Federal, quinta-feira (1.º), sobre seu envolvimento na Operação Quadro Negro.

Deonilson disse que estava lá não como investigado, mas como testemunha de acusação, já que, afirmou com todas as letras, “tanto o governador quanto o povo do Paraná e eu pessoalmente nos consideramos vítimas dessas ações criminosas perpetradas por estas pessoas que estão relacionadas na Operação Quadro Negro.”

A explicação é estranha. Nesta fase de interrogatórios, não há ainda testemunhas de acusação ou de defesa. Apenas estão sendo ouvidas as pessoas que foram citadas pelo delator Eduardo Lopes de Souza como supostas beneficiárias e/ou facilitadoras do desvio de recursos publicos. Deonilson Roldo é uma das dessas pessoas.

Neste momento, o papel mais inteligente que deveria cumprir diante dos policiais federais que o interrogaram seria o de demonstrar sua inocência. Mas preferiu dar-se o papel de testemunha de acusação – uma figura que, nesta fase de interrogatórios, não está prevista no Código Penal ou Processual Penal.

Neste caso, a quem Deonilson foi intimado para acusar? Aqueles que já confessaram ter cometido os crimes? Não seria necessário, óbvio. Mas é como ele mesmo diz: foi à Polícia Federal com a “tranquilidade dos justos e indignação do inocentes.”

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