Saiu na coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo:
O CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) julga na terça (15) processo disciplinar contra o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, que costuma criticar nas redes sociais, de forma contumaz, pessoas e autoridades das quais diverge. Num dos textos, ele chamou o presidente Michel Temer de “leviano, inconsequente e calunioso”, o que gerou o atual procedimento. O corregedor Orlando Rochadel Moreira, do CNMP, já recomendou a Lima que se abstivesse de emitir juízos de valor nas redes em relação a políticos e partidos que investiga. O procurador ignorou a recomendação.
O mesmo procurador é autor de ações contra jornalistas que já o criticaram. Os papeis se invertem, mas Lima agora pode se servir, com razão, dos princípios constitucionais que garantem liberdade de expressão e pensamento para sua defesa, os mesmos que desconheceu para processar quem já ousou criticá-lo.
Espero do Conselho Nacional de Justiça quetenha uma postura imparcial, sensata, firme e exemplar na condução desse caso.
Realmente a liberdade de expressão é um direito de toda pessoa humana. Quando a isso, não restam sequer ponderações a serem feitas. Está lá na Carta da República. Mas, lá também está o princípio da Impessoalidade. Também contempla uma enorme gama de obrigações à todos, sobretudo aqueles que, de sua livre e espontânea vontade, no gosto pleno da capacidade civil, optaram pela carreira pública e, sejam eles agentesos, ou políticos, devem obediência ao 37 caput da Lei Maior.
Parece-me que ao falar um Procurador da República não fala apenas como pessoa física, indivíduo, etc… Ele fala também em nome da instituição que integra. E isso, para o público em geral, e em particular para camadas da sociedade com menor acesso à educação de qualidade, é indissociável. E sobre muitas pessoas, ainda hoje, as figuras públicas são formadores de opinião. Pois bem, se assim ó são, especialmente nesses espetaculosos tempos, hão de portar-se na vida privada com o respeito, a discrição e a responsabilidade condizentes com a função que exercem.
Incrível o comportamento dos “jornalistas”! Quando o arauto da moralidade Carlos Fernando detona com autoridades, políticos e réus, é o melhor Procurador, corajoso, culto, etc, etc.(não importa que seja injusto também)!!! Agora, quando se refere a jornalistas, vira o autoritário, leviano, etc., etc. Realmente, quem com ferro fere…………….!!!!