São 17 as pessoas intimadas pela Polícia Federal a prestar depoimento a partir da semana que vem a respeito de possível envolvimento no esquema da Quadro Negro – aquele em que o governo pagava integralmente à construtora Valor por obras de construção de escolas que mal tinham saído do chão.
Apenas três dos 17 nomes vazaram para a imprensa: Deonilson Roldo, secretário de Comunicação e chefe de gabinete do governador; Ezequias Moreira, secretário do Cerimonial e Relações Internacionais; e Ricardo Rached, assessor da Governadoria. Todos do coração do Palácio Iguaçu, homens muito próximos de Beto Richa.
Todos foram citados na delação premiada do dono da construtora Valor, Eduardo Lopes de Souza, que o Contraponto publicou em 2 de setembro, homologada pelo ministro Luiz Fux, relator da Operação Quadro Negro no Supremo Tribunal Federal (STF).
Se a intimação da Polícia Federal se baseou exclusivamente na delação de Souza, é possível suspeitar que da lista dos 14 nomes não revelados devem constar:
- Ademar Traiano (presidente da Assembleia Legislativa)
- Valdir Rossoni (deputado federal e chefe da Casa Civil)
- Plauto Miró Guimarães (deputado estadual)
- Luiz Abi Antoun (primo-distante e assessor informal de Richa)
- Maurício Fanini (ex-presidente da Fundepar e cérebro do esquema de desvios)
- Gerson Nunes da Silva (ex-assessor do deputado Valdir Rossoni)
- Vanessa Domingues de Oliveira (funcionária da construtora Valor)
- Eduardo Paim (ex-assessor de Rossoni)
- Jaime Sunyé Neto (ex-diretor da Superintendência de Desenvolvimento da Educação)
- Sérgio Galante Tocchio (ex-secretário municipal do Meio Ambiente de Rafael Greca)
- Durval Amaral (conselheiro do Tribunal de Contas)
- Tiago Amaral (deputado estadual, filho do conselheiro Durval Amaral)
- Viviane Souza (irmã do empreiteiro Eduardo Lopes de Souza)
- Gustavo Baruque (filho do empreiteiro)
- Evandro Machado (engenheiro que assinava atestados de medição de obras)
Vários outros nomes estão mencionados na delação de Eduardo Lopes de Souza, mas com participações aparentemente menos decisivas no funcionamento do esquema. São citados, por exemplo, um doleiro de quem Eduardo Lopes teria comprado US$ 20 mil para supostamente financiar a “viagem da vitória” de Beto Richa em 2014; servidores de terceiro escalão no governo e na Assembleia; engenheiros fiscais da secretaria da Educação; além de secretárias e assistentes de autoridades.
O ezequias está em todas, né. E a lista e daquelas bem brasileira: so tem bacana e gente de bens.