Quadro Negro: Palácio trabalha na desconstrução da delação

Fontes palacianas informam o Contraponto que assessores do 3.º e 4.º andares estão desenvolvendo uma nova teoria sobre a suposta delação de Eduardo Lopes de Souza, o dono da construtora Valor, protagonista central da Operação Quadro Negro, aquela que apurou desvios milionários de verbas da Educação para construção de escolas que quase nem saíram do chão. Nesta delação, Lopes diz que boa parte dos R$ 20 milhões (ou seriam R$ 30 milhões?) teria abastecido a campanha de Beto Richa à reeleição em 2014.

A teoria palaciana de desconstrução é mais ou menos esta:

  • a delação não existe; se existisse já teria sido homologada pelo ministro Luiz Fux, do STF, relator da Quadro Negro;
  • até poderia ter chegado a Fux, mas de tão inconsistente e contraditória, o ministro não a aceitou;
  • o que vazou para a imprensa seria apenas um “rascunho” do que o empreiteiro pretendeu, sem sucesso, delatar; não existem timbres, assinaturas ou rubricas que atestem a sua autenticidade ou tornem o documento uma peça oficial;
  • a narração tem muitos “furos”. O que mais chama a atenção é que, se Eduardo Lopes de Souza tivesse distribuído tanto dinheiro quanto supostamente conta, ele estaria “devendo”;
  • e tendo distribuído tanta propina para tanta gente não teria sobrado grana para ele comprar dois apartamentos (um deles de alto padrão no litoral catarinense) e cinco carros.

Só um defeito nesta teoria: se realmente fosse um documento apócrifo, não oficial, mas dito como entregue ao Ministério Público Federal, seria de se esperar que o MPF desmentisse ter recebido algo parecido. O MPF, no entanto, manteve silêncio.

Advogados do governador e de outros supostos indiciados não conseguem ter acesso ao inquérito, que tramita em sigilo.

A íntegra da delação (posta em dúvida) você encontra aqui.

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