É de se esperar que depois da homologação pelo STF da delação do dono da Construtora Valor, outras consequências virão a cavalo.
O empreiteiro, pelo jeito, já conseguiu o benefício da delação: agora mora em Cuiabá, no Mato Grosso, em liberdade.
Mas alguns de seus cúmplices ainda continuam devem à Justiça. O principal deles é o ex-presidente da Fundepar Maurício Fanini – o gestor que mandava seus engenheiros atestarem como quase concluídas as obras de escolas que mal tinha saído do chão. Com tais atestados, Fanini liberava dinheiro e conseguia que o governador Beto Richa, seu amigo, ainda assinasse inúmeros aditivos que engordavam os repasses de grana para a construtora. Foram para o além mais de R$ 20 milhões.
Fanini cumpriu apenas cinco dias de prisão temporária e o Ministério Público Estadual, autor da primeira denúncia na primeira instância, não viu motivos para requerer ao juiz que sua detenção fosse ampliada para a categoria de preventiva.
É possível que o Ministério Público Federal (MPF) mude de entendimento e requeira a preventiva. Dele e de outros envolvidos.