Punição ao mensageiro

(por Ruth Bolognese) – E então o Tribunal de Contas do Paraná condenou Jaime Sunié Neto a devolver aos cofres públicos o dinheiro que ele tomou a iniciativa de denunciar que estava sendo roubado. Parece coisa de louco? Não deve ser.

Jaime Sunié, jogador respeitado de xadrez na juventude, funcionário publico correto, detectou a ocorrência de fraude nos recursos da Fundepar destinados a reformas e construção de escolas. Fez o que mandam os manuais de idoneidade e revelou o fato aos superiores hierárquicos. O governo do Paraná afastou-o do cargo e, como fazem todos os governos pilhados em algum tipo de irregularidade, afastou Sunié do pedaço. Mais ainda: fez um estardalhaço para embaralhar tudo e ficar com a fama de guerreiro contra a corrupção.

O Ministério Público investigou, prendeu o dono da Construtora Valor, Eduardo Lopes de Souza, veio a delação premiada e gente de alto escalão, a começar pelo Coitadinho do Beto Richa, passar por deputados como Valdir Rossoni, hoje chefe da Casa Civil, Ademar Traiano, hoje presidente da Assembleia, Durval Amaral, hoje no Tribunal de Contas e por aí vai. Ao fundo, R$20 milhões que saíram da Fundepar para a campanha da reeleição. A chamada “Operação Quadro Negro” passou pelas mãos do ministro do Supremo Luiz Fux, que mandou prosseguir. E é com ele que o Coitadinho do Beto vai se explicar. É o privilegio do foro.

E depois de tudo isso, o TC do Paraná condena o Jaime Sunié Neto a devolver dinheiro.
Nem jogo de xadrez teria mecanismos tão complexos para tergiversar numa maracutaia dessas.

7 COMENTÁRIOS

  1. Essa decisão enche de vergonha o TCE e nos deixam perplexos. Foi Sunye quem denunciou o esquema todo! O que pretende o TCE? Ou vem a público se explicar ou o órgão está tentando encontrar inocentes para abrandar a penas dos verdadeiros culpados!

  2. Jaime Sunye merece todo nosso respeito e consideração. Pessoa integra, correta e de conduta ilibada ao longo de sua vida, como servidor publico, presidente do Instituto de Engenharia, e membro das demais instituições que participou e ou participa.

  3. A ormertá entra em ação, o impensável e desconexo, o Tribunal de arranjos constituido para preservar os interesses de condutas suspeitas, arrola o denunciante e ainda condena. Não existe o mínimo de sensatez quando os nomes dos principais envolvidos estão clarissímo, e tal decisão deixa nos estupefatos, devolver o que outros desviaram. Isto deixa em dúvida qual a real função deste arranjado tribunal de encostados e apaziguados. O que coube ao Fanini, e seus patronos do andar superior. Ou não estamos sabendo de tudo, ao insinuar que o Sunyê foi beneficiado. Quando este foi quem trouxe para imprensa a ação de organizações criminosas….Parece vigança malígna

  4. Ruth, também conheço o Jaime Sunyê. Pessoa corretíssima, além de inteligente e competente.
    Condenar quem descobriu e denunciou corrupção é inadmissível. Acho que o TCE vai rever essa posição.
    Mário Pereira

  5. As perguntas que devem ser feitas é: o que é o TCE? Para que serve? As respostas: um apêndice do executivo e legislativo. Serve para abrigar cupinchas. Logo, a acusação ao denunciante deve ser vista como uma confissão de culpa do governo. Outra pergunta: Quem era o relator do caso no tce? O antigo procurador do governador, quando este era prefeito de Curitiba? Escolinha Gilmar Mendes de Justiça. Será que é preciso desenhar?

  6. Vergonhoso! Enquanto isso, aquele que rouba e se esconde embaixo da saia da sogra, vira secretário. E continua roubando junto com a gangue, a julgar pela delação do empresário. Lupion e Leon Peres são delinquentes de sacristia perto dessa turma.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui