PSDB do Paraná em tempos de negação

(por Ruth Bolognese) – A primeira reunião convocada, para hoje de manhã, pelo ex-governador Beto Richa e presidente do PSDB do Paraná, para debater “assuntos partidários” no pós-eleição, contou com apenas 22 participantes. E um ambiente, definido por um dos presentes, que lembrava mais uma “pajelança do Chic Jeitoso”, pela irrelevância, falta de assunto e, principalmente, pela negação total do desastre eleitoral de 2018.

Nomes tradicionais do partido, como o deputado federal, Luiz Carlos Hauly, relator da Reforma Tributária, e Valdir Rossoni, ex-presidente e homem forte do governo Richa, não compareceram.

Depois de oito anos de governo Richa, com a presidência da Assembleia ocupada pelo deputado Ademar Traiano, o partido elegeu apenas 3 deputados Estaduais (Ademar Traiano, Paulo Litro e Michelle Caputo) e nenhum federal. E assistiu sua principal liderança, o ex-governador Beto Richa, preso por acusação de corrupção 20 dias antes da votação, a ficar em sexto lugar na disputa para o Senado, com menos de 4% dos votos válidos.

A reunião do PSDB de hoje de manhã debateu a redução do Fundo Partidário, consequência de não contar com nenhum deputado federal e até a mudança do Diretório Estadual, hoje na rua Mauá, Alto da Glória, para uma sede menor, como corte de gastos.

Um ou outro participante da reunião ousou lembrar exemplos de municípios onde ocorreram fatos impensáveis: 12 prefeitos do PSDB trabalharam abertamente para candidatos adversários e num município com 35 tucanos, o partido obteve apenas 4 votos.

Mea culpa? Nenhuma. O que levou um provável candidato às próximas eleições a declarar: “se tivesse de escolher hoje um partido para concorrer, toparia qualquer um, menos o PSDB”.

O mar não está pra peixe no PSDB, nem pra Tucano.

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