“Proteção” a Beto é debate na eleição do Ministério Público

(por Ruth Bolognese) – A decisão do procurador-geral de Justiça, Ivonei Sfoggia, de evitar notificação do governador Beto Richa para depor na Operação Quadro Negro, é um dos principais temas na campanha para escolha do novo procurador-geral, com eleição marcada para esta quarta-feira (14). E por dois motivos:

1) ao “proteger” o governador, a maior autoridade do MP-PR interfere diretamente na função básica do órgão, a independência.

2) coloca em xeque a escolha que o Governador fará quando receber a lista tríplice com os nomes dos três mais votados. O atual procurador-geral, Ivonei Sfoggia, é candidato à reeleição. A eleição é na próxima quarta-feira.

O grupo que apoia a candidatura da promotora Fernanda Garcez, de oposição a Sfoggia, está percorrendo há uma semana as principais cidades do Paraná. Hoje está em Foz do Iguaçu e volta para Curitiba no final desta tarde (segunda-feira, 12) para um debate aberto ao público na sede da Associação do MP. “Estamos numa maratona e o apoio que recebemos tem sido extraordinário. O perfil de Fernanda Garcez se integra ao objetivo do Ministério Público do Paraná, que é o de independência”, afirma uma das coordenadoras da campanha, Cristina Corso Ruaro.

No começo do ano, o procurador-geral, Ivonei Sffogia, afastou das investigações da Operação Quadro Negro, conduzida pelo Gepatria, o promotor Carlos Alberto Choinski . Ele havia enviado ao procurador-geral um pedido para notificar o governador Beto Richa e mais quatro integrantes do núcleo do poder no Palácio Iguaçu. Só uma decisão do procurador-geral poderia notificar o governador, o que não aconteceu, apesar da versão de que o afastamento do promotor Choinski era apenas um ato de rotina.

Para a oposição à candidatura de Sfoggia, seu comportamento causou constrangimentos ao Ministério Público em todo o estado porque gera insegurança nos promotores que atuam em investigações de pessoas com grande influência política.

A promotora Fernanda Garcez, 46 anos, já atuou em Cascavel, Laranjeiras do Sul e agora está em Curitiba. Seu trabalho na área de saúde pública, reconhecido pela secretaria de Saúde, lhe deu liderança no MP e disputou com Ivonei Sfoggia a eleição anterior (2016). Segundo seus apoiadores, ela foi afastada da área logo depois da eleição para não fortalecer a oposição ao atual procurador. Agora está na área de proteção à criança e ao adolescente.

Além de Sfoggia e de Fernanda Garcez, disputam o cargo de Procurador-Geral Marcos Bittencourt Fowler, Leonir Batisti e Maria Aparecida Losso.

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