Um prédio de mais de 20 andares desabou após pegar fogo nas proximidades do Largo do Paissandu, centro de São Paulo, na madrugada desta terça-feira, dia 1º de maio. Pelo menos uma pessoa morreu e ainda há desaparecidos. O edifício, que já foi sede da Polícia Federal e pertence à União, estava ocupado por cerca de 150 famílias de um movimento de moradia.”Pode haver mais vítimas”, disse Max Mena, coronel do Corpo de Bombeiros.
A única morte confirmada até o momento é de um homem que estava sendo resgatado quando o prédio desabou. “Nós estávamos tentando salvá-lo, mas infelizmente ele caiu no momento do desabamento. Foi uma tentativa rápida, por uma questão de segundos que não conseguimos”, acrescentou Mena.
O presidente Michel Temer foi ao local do acidente, onde confirmou que o prédio pertence à União e disse que colocou o Governo Federal à disposição da prefeitura para o suporte às vítimas. Ele foi recebido com protestos e vaias pelas pessoas que acompanham o trabalho dos bombeiros. O prefeito Bruno Covas também esteve no local.
As chamas começaram durante a madrugada e o fogo se espalhou rapidamente pelos andares, gerando cenas impressionantes. “Quando o prédio desmoronou, parecia um tsumami”, disse ao jornal Folha de S.Paulo uma mulher de 58 anos que morava no prédio. Alguns edifícios do entorno foram esvaziados e a Defesa Civil avalia possíveis danos. Cerca de 160 agentes do Corpo de Bombeiro permanecem na região, que está isolada, para a busca por possíveis vítimas. As imagens de televisão mostram os escombros depois de desmoronar.
A queda atingiu também o entorno, como a Igreja Luterana Marthin Luther, vizinha ao edifício. O imóvel, do início do século XX, perdeu parte da sua estrutura. Em entrevista à Rede Globo, o pastor da igreja luterana, Frederico Carlos, afirmou que o desabamento desta madrugada era uma “tragédia anunciada”, devido às más condições do local, onde moravam centenas de famílias. “Sempre se falou do risco que esse prédio corria, e precisou acontecer uma desgraça”, disse ele, que mantinha uma convivência com os moradores, acolhidos pela Igreja. “Volta e meia conversava com eles, entrava no prédio e via, era uma tragédia que sabia que uma hora ia acontecer”, contou ele. Desde fiações expostas, esgoto aberto, davam a sensação de vulnerabilidade do local.