O PP foi preterido por Rodrigo Maia (DEM), candidato à reeleição à presidência da Câmara Federal. No acordo que fez com bancadas de outros partidos para garantia votos, destinou a Comissão de Orçamento para o PSD, que era cobiçada pelo PP. Como Maia se recusa a voltar atrás, o Progressistas entrou na disputa pela própria presidência da Casa, estabelecendo confronto direto.
O PP apresentou dois nomes para a disputa e acredita que pode arrastar com ele outros partidos com bancadas numerosas, como o MDB, e ameaçar a teórica maioria que Rodrigo Maia já teria conquistado desde que obteve o apoio do PSL, legenda do presidente Jair Bolsonaro.
Para evitar um segundo turno, Maia precisaria de 257 votos. Por enquanto soma 272, mas dissidências internas nas siglas – incluindo parlamentares do próprio PSL – tendem a diminuir a segurança quanto a esta aparente vantagem.
Um dos candidatos do PP é o deputado Arthur Lira, de Alagoas; outro é o paranaense Ricardo Barros, ex-ministro da Saúde, que já está em campanha e se apresenta como candidato avulso. Os 513 deputados da Câmara receberam de Barros o seguinte pedido de apoio à sua candidatura:
Prezado colega,
Peço o seu voto para presidir a Câmara dos Deputados. Ao longo de 30 anos de vida pública, conduzi uma austera e realizadora gestão como Ministro da Saúde, fui relator-geral do orçamento da União, secretário de Estado do Paraná e prefeito de Maringá (PR), minha terra natal. Essa experiência me anima a colocar meu nome a sua apreciação.
Temos um momento de renovação! A Câmara deve ser protagonista das mudanças; no mesmo patamar do Judiciário e do Executivo. Harmonia e independência dos poderes como diz a Constituição.
Quero representar a cada um dos deputados e deputadas. Minha palavra dada é compromisso cumprido: sim é sim, não é não. Com transparência! Terei um gabinete de portas abertas a exemplo do que fiz no Ministério da Saúde, atendendo a todos, para uma pauta ampla.
Sou um político de resultados e neste momento do Brasil, do presidente Jair Bolsonaro e do ministro Toffoli, quero contribuir com o país e com essa Casa.
Peço a sua confiança e seu voto para juntos fortalecemos a imagem, a ação e o protagonismo da Câmara dos Deputados. Ass.- Ricardo Barros
Não tem a mínima condição. É puro blefe, para colher alguma vantagem. Caso típico da “velha política”!
Esse RB é um oportunista. Apoiou FHC, Lula, Dilma, Temer e Beto Richa. O que esperar dele? Está criando dificuldades para poder negociar vantagens. Já, já, ele estará apoiando Bolsonaro.