(por Ruth Bolognese) – O limite do deputado Plauto Miró Guimarães para permanecer calado na Operação Quadro Negro vem sendo corroído há pelo menos quatro anos, quando foi preterido na disputa por uma vaga no Tribunal de Contas pelo colega Fábio Camargo. Para compensar, o Palácio Iguaçu aumentou consideravelmente a cota de cargos dele na administração pública e hoje calcula-se que são mais de 60, espalhados pelo Paraná inteiro, sem contar os lotados no gabinete da primeira secretaria da Assembleia, que ocupa pela terceira vez.
O cristal quebrou e de lá pra cá nada contentou Plauto. A gota d’água, no entanto, é bem mais recente e envolve uma pessoa muito próxima ao deputado, e duas vezes vulnerável: o Ministério Público detém provas de que recebeu recursos desviados da Fundepar – Instituto de Desenvolvimento Educacional do Paraná e ele não tem diploma universitário. Corre o risco de ir para a cadeia a seco, sem apelação.
A informação mais devastadora para o Centro Cívico, no entanto, é que o deputado pode ter feito um suposto acordo com o Ministério Público e realizado o que se conhece nos meios policiais como “Ação Controlada” durante 30 dias. É o procedimento padrão na Polícia Federal , que ficou famoso com as imagens do então assessor direto de Michel Temer, o paranaense Rodrigo Rocha Loures, carregando a mala com dinheiro em São Paulo e as gravações de Joesley Batista com o presidente.
Até agora Plauto Miró Guimarães não confirmou nem desmentiu a delação premiada. Apenas contratou o advogado especialista na área, Figueiredo Basto. Ele foi citado 22 vezes pelo delator Eduardo Lopes de Souza, dono da Construtora Valor, que ganhou as licitações para a construção e reformas de escolas do governo Beto Richa, mas não entregou quase nada. Com aditivos ao contrato inicial, o objetivo era desviar R$ 33 milhões para a campanha eleitoral de Beto Richa à reeleição. O delator afirma que a fraude rendeu R$ 20 milhões para a campanha.
Outros lances virão à tona nessa história. Basta aguardar.
Quando a teta da vaca está jorrando leite a vontade todos participam mas quando começa a minguar, aí começa a briga.
Como um deputado eleito pelo povo e para o povo não abriu a boca num primeiro momento não fez uma denúncia?
VERGONHA em todos os escalões….Delação pra que? Pra tirar o seu da reta?