Nos tempos em que não existia internet ou celular e que telefones fixos eram uma raridade, os radio-amadores cumpriam trabalho importantíssimo de ligar pessoas, informar comunidades distantes, prestar socorro… Isso acabou?
Não. O professor Wilson Picler, reitor da Uninter, é um desses rádio-amadores sobreviventes e atentos. Neste domingo, ele fez “ponte” entre um bombeiro que não conseguia se comunicar pelo rádio com a Central para chamar helicóptero e socorro médico para uma vítima ferida nos cafundós do município de Bocaiúva do Sul, região metropolitana de Curitiba. Operação bem-sucedida.
Houve também outro caso de socorro em que Picler atuou. Em abril ocorreu um caso muito semelhante que ele o radioamador Henrique (PY5IQ) atenderam comunicando-se com os Bombeiros, que depois confirmaram o resgate e relataram a entrada da vítima no Hospital Angelina Caron.
Um terceiro caso envolveu outro radioamador (Darci Ribeiro, de Curitiba). Uma embarcação cujo piloto morreu em alto mar, e o acompanhante, desesperado porque não sabia pilotar, pediu ajuda pelo rádio de bordo. Foi atendido, conforme relata uma matéria postada na época (e que vê lê abaixo).
Radioamador ajuda em resgate no mar
Homem não sabia como pilotar a embarcação e pediu socorro pelo rádio
Um pescador catarinense que estava à deriva em alto mar, em São Francisco do Sul, no Norte de Santa Catarina, foi salvo graças à ajuda de um radioamador de Curitiba, no Paraná, na última sexta-feira.
O funcionário público paranaense Darci Ribeiro ouviu os pedidos desesperados do catarinense pelo rádio e, ao perceber que não era um trote, ajudou o pescador.
Os dois catarinenses saíram para pescar mariscos nas encostas. O dono do barco – o único a ter conhecimento sobre navegação – foi mergulhar e não conseguiu mais voltar à superfície.
Ao ver o corpo do amigo boiando, já sem vida, na Baía da Babitonga, em São Francisco do Sul, o pescador se desesperou. Além de não conseguir ajudar o colega a sobreviver, ele não tinha a menor ideia de como pilotar a embarcação. Para tentar ajuda, o homem acionou o rádio.
– Muitos radioamadores ouviram o pedido de socorro, mas como as pessoas costumam brincar pelo rádio, acharam que era mais um trote. Pelo tom de voz, de desespero, achei que era verdade. Na dúvida, liguei para o Copom – conta Darci.
“O barco não é meu e eu não sei o que fazer. Meu amigo está morto. Eu não sei ligar o barco, eu não sei fazer nada (…), eu não sei o que fazer. Por favor me ajuda, Jesus me ajuda, o meu amigo está ali boiando”, suplicava o pescador.
O funcionário público pegou informações sobre a localização do barco e as repassou à Polícia Militar, que acionou a Capitania dos Portos de Santa Catarina. Foram três horas e meia de conversa com Darci até que uma embarcação conseguiu fazer o resgate.
O corpo do dono do barco foi encontrado no sábado, próximo à Ilha da Paz, em São Francisco do Sul. A família não autorizou a divulgação do nome dos dois pescadores. A Capitania vai investigar o acidente.