De Pedro Lauro a Mestre Pop, a luta por mictórios públicos em Curitiba

A Câmara Municipal de Curitiba aprovou nesta quarta-feira (9), sugestão ao Executivo para que sejam instalados banheiros de acesso público nas praças da capital, especificamente nas praças Santos Andrade e Carlos Gomes, conforme o autor do requerimento, vereador Mestre Pop (PSD).

Pop, um praticante de capoeira, defende os mictórios como forma de garantir o bem-estar social da população. A íntegra da sessão plenária e o discurso do vereador podem ser conferida no canal da CMC no YouTube, a 1h53.

De acordo com o parlamentar, outras praças da cidade já contam com mictórios, mas nesses espaços é cobrado o valor de R$ 2 para o uso do equipamento. A sugestão do vereador é para que a cidade construa uma alternativa com cobrança e outra de acesso livre, que possa atender ao cidadão com menos recursos financeiros, assim como moradores em situação de rua.

pedro lauro
Mestre Pop e o precursor Pedro Lauro

Para quem conhece a história de Curitiba, o vereador Mestre Pop revive uma proposta que já existia há meio século. Construir mictórios públicos foi a grande bandeira das várias campanhas que o pequeno empresário – então dono de uma banca de revistas na praça Tiradentes – empreendeu para se eleger vereador.

Foi um pioneiro não apenas nesta causa, mas também em questões ambientais. Sua propaganda, por exemplo, era escrita com giz nos meio-fios da cidade ou em pequenas placas de madeira para evitar pichações e poluição visual, além de danos a patrimônios público e privado.

Desde 1963,  ele disputou nove eleições, mas teve sucesso numa só: foi eleito deputado federal em 1974, quando dos 15 integrantes da chapa do MDB, partido de oposição ao governo militar, elegeu 14. O 15.º também chegou assumir, como suplente.

Como deputado federal, Pedro Lauro se notabilizou nacionalmente como autor de propostas consideradas folclóricas: apresentou projeto para anexação das Guianas ao território brasileiro, e pretendeu também “nacionalizar” a figura de Papai Noel, que queria fosse representado por um índio com indumentária vefe-amarela. Defendia também a abertura de cassinos no país. Num outro projeto, também sobre Papai Noel, ele defendeu a ideia de que a imagem do bom velhinho, em sua forma tradicional, fosse respeitada, não se admitindo que fosse representado de maneira desleixada ou jocosa.

Também propôs que o radiofônico oficial “A Voz do Brasil” fosse apresentado também pelas emissoras de televisão.

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