PCC: Paraná é uma das sedes da máfia que fatura R$ 400 milhões

A morte do líder do Primeiro Comando da Capital (PCC) Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, desencadeou uma investigação que descobriu novos segredos da maior facção criminosa do País. Documentos encontrados pela polícia revelaram parte da estrutura montada pelos líderes do PCC para o tráfico internacional de drogas, a lista de seus integrantes em cada região de São Paulo, nos Estados e em cinco países da América do Sul – Colômbia, Paraguai, Bolívia, Peru e Guiana. A inteligência policial tem provas da evolução das rendas do grupo e sua ligação com o primeiro cartel de drogas chefiado por um brasileiro: Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho.

Segundo conta o jornal O Estado de S. Paulo, em quatro anos, o total de integrantes do PCC mapeados pelo censo da organização em outros Estados foi multiplicado por seis. Além de São Paulo, onde o aumento foi quase de 100%, os Estados que concentram o maior número de bandidos inscritos na facção – os chamados batizados – são Paraná e Ceará. Cada um tem mais de 2 mil soldados, número equivalente ao total de integrantes que existia fora do Estado de São Paulo em 2012.

Os números mostram que o crescimento da facção é contínuo. Em 2014, ela tinha 3.261 integrantes em outros Estados; em 2017, já eram 18.538 e, no País, o total chegava a 29.460. De lá para cá, mais 2 mil bandidos se filiaram fora de São Paulo ao grupo, que tem agora – dados de março – 20.448 homens e mulheres em outros Estados. O total no País já ultrapassa a casa dos 30 mil.

Os negócios particulares dos líderes e da própria facção têm um faturamento estimado pela inteligência policial em, no mínimo, R$ 400 milhões por ano. Alguns policiais acreditam que esse número pode chegar a cerca de R$ 800 milhões, o que colocaria o PCC entre as 500 maiores empresas do País. Seu tamanho dependeria da quantidade de drogas que o cartel liderado por Fuminho e os líderes do PCC conseguem exportar nos Portos de Santos, Itajaí, Rio e Fortaleza. Estimativas conservadoras fixam em 1 tonelada por mês, enquanto analistas policiais consideram que esse número corresponde apenas ao movimento de uma semana.

Entre as descobertas feitas pela inteligência policial estão remessas da facção para um doleiro da capital paulista. Em 9 de dezembro de 2017, um dos grupos responsáveis pelo tráfico internacional de drogas entregou R$ 1.464.118 ao doleiro. Em 16 de dezembro, foram enviados mais R$ 1.522.374 e no dia 21, R$ 1.105.651. Em duas semanas, a soma chega a mais de R$ 4 milhões. A contabilidade mostra que em uma única vez, em dezembro de 2017, o bando gastou R$ 2,5 mil para comprar malas para entregar o dinheiro.

As remessas continuaram em janeiro deste ano. Segundo as investigações, a facção entregava reais ao doleiro e recebia dólares, por meio do sistema dólar cabo, na Bolívia e no Paraguai, para pagar a produção das drogas – cocaína e maconha. O sistema de lavagem da facção inclui ainda a compra de postos de gasolina (200 deles estão nas mãos de laranjas que trabalham para um bandido conhecido como Flavinho).

2 COMENTÁRIOS

  1. Puxa vida….o Drauzio Varella conta que isso aí foi reflexo da matança do Carandiru.
    Embora duvide que tenha um grande número de leitores conhecedores do crime, é favorável refletir! Vc está preso. Tua mãe,cria filha, tua prima, tua esposa, tua irmã, todas do Aldo de fora. Se vc colabora elaarecebwm ajuda e proteção. Se vc não colabora, fica todo mundo vulnerável. Pense bem? Sendo criminoso ou inocente…. tanto faz…se alguem ameaça alguém que vc ama vc se comporta como um alpinista acima de oito mil metros, vc faz o que puder pra sobreviver e salvar quem está contigo. Não é novidade nenhuma que o nosso pretensioso sistema carcerário nos firma na organização do crime. O crime está em nós, só não foi apertado o botão certo. Graças a Deus nessas horas é bom ser religioso, pois o botão fica muito muito muito escondido em quem segue os dez mandamentos.

  2. Já escrevi aqui no ContraPonto que o PCC manda no crime do Brssil inteiro. Bastava olhar as rebeliõesde presidio onde sempre tinha gente do PCC. A exceção ainda é o Rio e pór isso suspeito que a intervenção do vampirão pode ser para abrir o mercado para o PCC que deve mandar tambem no governo do psdb a quem deve muito, principalmente pela impunidade.

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