Passagem de ônibus pode passar dos R$ 5,00

Na licitação que concedeu em 2010 a um grupo de empresários o direito de explorar o serviço de transporte coletivo de Curitiba, instituiu-se um indicador que deve funcionar como o mais fundamental critério para a fixação do valor da tarifa. É o IPK, que se traduz em “índice de passageiros por quilômetro” e que determina uma equação simples: quanto maior o número de passageiros pagantes transportados pelo sistema, menor será o valor da passagem. Quando o IPK cai – isto é, se diminui o número de passageiros – a relação se inverte e a tarifa deve subir.

Saibam os senhores passageiros que o IPK acelerou um pouco mais a tendência de queda, que já vinha sendo observada há oito anos. Durante o ano passado, 2,89 milhões de passageiros deixaram de andar de ônibus (em média, quase 8 mil por dia a menos), uma diminuição de 1,61% na comparação com o ano anterior. Em 2018, 176.738.992 de usuários pagaram a tarifa em Curitiba, enquanto que em 2017 eles eram 179.630.911.

O levantamento foi feito pelo Sindicato das Empresas de Transporte (Setransp), divulgado um mês antes do início das discussões entre a prefeitura e as concessionárias para a fixação das novas tarifas técnica (paga às empresas) e social (cobrada do usuário). É o primeiro sinal de que haverá acréscimo considerável na tarifa técnica, hoje cerca de 46 centavos maior do que a do usuário, de R$ 4,25.

Se não quiser continuar recorrendo a subsídios públicos, o esforço do prefeito Rafael Greca deverá ser, no mínimo, promover o “empate” entre tarifa técnica e tarifa do passageiro, o que, de cara (fosse hoje) importaria num aumento mínimo de 46 centavos. Então, só para “epatar”, a passagem deveria estar custando ao passageiro não os R$ 4,25, mas R$ 4,71. Outras variáveis, além do IPK, no entanto, ainda devem ser incluídas no cálculo, dentre as quais o reajuste dos trabalhadores do setor, aumento dos insumos, investimentos na modernização da frota etc.

Assim, resumindo a ópera, é muito provável que a passagem de ônibus do curitibano ultrapasse os R$ 5,00 a partir de 26 de fevereiro, data-base anual para a definição.

O ex-prefeito de Curitiba e deputado federal eleito Gustavo Fruet diz que tudo isso é fruto de um contrato mal feito em 2010, firmado pelo menos grupo político que atualmente comanda a prefeitura.

 

3 COMENTÁRIOS

  1. A passagem é cara mas vale a pena, os ônibus é novo, confortável, passa de 5 em 5 minutos, todos vão sentados e têm música clássica e ar condicionado. Não sei do que esse povo chato tanto reclama!!!

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