Outra encrenca na polícia

Chegou a vez dos delegados da Polícia Civil pedirem a cabeça de um dirigente que consideram ineficiente. Em ofício dirigido ao secretário da Segurança Pública, Julio Cezar Reis (foto), que assumiu o cargo há menos de um mês, a Associação dos Delegados da Polícia Civil do Paraná (Adepol) querem tirar o atual diretor do Departamento Penitenciário (Depen), delegado Luiz Alberto Cartaxo.

Segundo a Adepol, o Depen “não tem conseguido dar vasão às demandas de sua área de atuação, não apresentando soluções efetivas para a problemática da custódia de presos em delegacias”. Entre outras sugestões, a Associação quer a criação emergencial de “centros de triagens regionais, com as celas modulares (shelters) já adquiridas pelo governo do Estado, que, todavia, devem ser instaladas
em prédios geridos e administrados pelo DEPEN”.

Atualmente, 9.436 presos provisórios superlotam carceragens das delegacias de polícia, o que torna inviável o cumprimento das atribuições de investigação próprias da polícia judiciária. Delegados, escrivães, investigadores são obrigados a gastar seu tempo na perigosa guarda de presos para evitar mais rebeliões e fugas provocadas pelas condições insalubres e inseguras das celas.

No início do ano, a insatisfação com os rumos da Segurança Pública partiu da Polícia Militar. Oficiais da corporação se mobilizaram para que o governo afastasse do cargo o então secretário Wagner Mesquita, sob acusação semelhante – de ineficiência na condução da pasta. Beto Richa concordou com a PMPR e pôs Julio Reis no lugar de Mesquita.

Entre outros problemas que os oficiais apontavam estava a questão dos coletes balísticos: seis mil deles estão com validade vencida e deveriam ter sido substituídos há tempos. Descobre-se agora abandonados há meses num depósito 1.600 coletes novos cedidos pela Força Nacional. Deveriam ter sido destinados a agentes penitenciários – exatamente os servidores do Depen.

O pedido de substituição do atual diretor do Depen ocorre exatamente no dia em que o governador anuncia a contratação de mais 20 delegados de polícia – número insignificante diante da necessidade de preencher quase 300 vagas.

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