Os insaciáveis – Capítulo I

As baratas leprosas

Vamos chamá-los todos de “Baratas Leprosas”, expressão inesquecível do Vampiro para um desafeto curitibano das antigas, e que se encaixa como uma luva.

O perfil desse servidor, ou servidora, começa pelo próprio holerite. Geralmente é ocupante do topo de cargos em comissão, com rendimentos que ultrapassam os R$ 20 mil. Sem talento nenhum, geralmente passou num concurso público de baixo escalão, em sua cidade natal, se aproximou de um político conterrâneo e subiu na carreira por um motivo muito simples: passou anos e anos “se vendendo” como indispensável, esmerou-se na subserviência e boicotou qualquer sinal de inteligência nas cercanias do chefe.

Se o chefe, na maioria das vezes político de carreira, tiver inseguranças, fragilidades, medo de expor a própria incompetência, muito melhor. Trata-se de terreno fácil para plantar mais insegurança ainda, cortar na planta qualquer ousadia, por mais insignificante. Porque esse tipo se torna dono e senhor do pensamento do chefe, deixa-o como um robô, incapaz de tomar uma atitude sem consultá-lo. A situação é ótima para quem manda (o servidor) e confortável para quem obedece (o chefe).

Se for uma servidora, tudo piora. Para exercer o comando completo, ela teve que se dedicar de corpo e alma ao cargo. Tornou-se seca de sentimentos e afeições. É feia, cabelo ruim, sem graça e sem filhos, geralmente refém de uma relação afetiva com um homem comprometido ou distante. Quando não, chega a inventar um “namorido” para chamar de seu. Profundamente solitária – para seguir o chefe, distanciou-se de sua cidade e da família – o que lhe dá disponibilidade absoluta. E usa isso para mostrar o “bom” exemplo para quem não cumpre meros 5 minutos da carga horária. Intransigência burra e atrasada para consolidar poder de mando.

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