Certo dia o governador Beto Richa disse, pleonasticamente, que era um homem “afortunado pela sorte”. E, de fato, a sorte outra vez lhe bafeja oferecendo-lhe uma semana curta – tem um feriadão a partir de quinta, mas já nesta segunda-feira muitos começam a viver em clima de folguedo.
E isto é particularmente bom, pois a folga é inimiga da repercussão e de eventuais medidas concretas que deem seguimento às cruéis denúncias elencadas pelo “empresário” Eduardo Lopes de Souza na delação premiada que firmou com o Ministério Público Federal e na qual desvendou os intestinos da Operação Quadro Negro.
A Assembleia Legislativa, por exemplo, certamente estará vazia. E também desinteressada em debater o assunto, já que envolvidos no esquema de desvios de verbas da Educação estão seu próprio presidente e outros membros da cúpula da autodenominada Casa do Povo.
A tentativa nos altos escalões será a de esvaziar o quanto puderem o noticiário negativo, ao mesmo tempo em que torcem para que a PGR e o STF não venham com fatos novos. O temor no Palácio Iguaçu e nas suas redondezas era o de que, tendo havido o vazamento da delação, tão minuciosa, que se precipitassem as diligências cabíveis por parte de autoridades judiciais e policiais.
É, no entanto, remota esta possibilidade. Afinal, feriadões também afetam o animus trabalhandi das autoridades responsáveis pelas investigações.
Se o tempo continuar bom, ensolarado, temperatura agradável, dá até para pensar em andar de bicicleta na praia de Porto Belo.