(por Ruth Bolognese) – Está rolando desde quinta-feira a noite um vídeo da Polícia Federal com o advogado-delator, Antônio Carlos Pieruccini pelas ruas de Curitiba, onde ele vai mostrando os lugares onde entregava pacotes de R$ 250 mil reais que iriam para a campanha eleitoral de Gleisi Hoffmann a uma vaga ao Senado.
De tanto aparecer na tela do computador, uma hora há que se ver as imagens. E pelo fato de a vida ser curta, perde-se ali um tempo precioso que poderia ser usado para ver o céu, brincar com o neto, ler um poema, comer uma coxinha. É coisa ruim. Tudo ruim mesmo.
A câmera, no painel, mostra o advogado e o agente da PF que dirige o carro. E o comportamento do advogado Pieruccini, meio pegajoso, meio delator demais, ou delator com o prazer em contar os detalhes, vai constrangendo quem assiste. – “Aqui entreguei o pacote com o dinheiro. Lá perguntei se a senadora seria eleita. Os pacotes tinham as iniciais PB / Gleisi”, o delator conta tudo. O agente esclarece que PB é Paulo Bernardo, marido de Gleisi.
Ao divulgar o vídeo, a Policia Federal parece mostrar, não, pior, esfregar na cara dos brasileiros “como esses políticos agem pra pegar dinheiro público”. Exatamente igual a mostrar um criminoso relatando como estraçalhou a vítima para aumentar-lhe a pena.
Ao invés de revolta, o vídeo nos atinge pelo lado mais cruel e brasileiro dos fatos. E nos faz perguntar por que chegamos a esse ponto, por que precisamos assistir a essa exposição total para nos convencermos que a política chegou mesmo ao fundo do poço, por que uma mulher combativa tem que ser exposta dessa maneira ultrajante.
A Polícia Federal informa que a Procuradoria Geral da República vai usar o vídeo como prova nos processos contra o casal Gleisi/Paulo Bernardo. É da rotina dos autos. Mas poderia nos ter poupado dessas imagens.
Porque o vídeo não melhora o Brasil, não limpa a política nem vai impedir novas formas de burlar a doação para campanhas eleitorais. Parece mais uma vingança meio mesquinha, de pensamento rudimentar, fruto desse novo Brasil que se vê honesto, de bons princípios, combatente do bem e acredita em Jair Bolsonaro como opção de futuro.
P.S. – Este Contraponto não reproduziu o vídeo. Ainda bem
Quer dizer que Gleisi, por ser uma mulher combativa (combate em defesa de Lula e dos corruptos do PT), deveria ser poupada desse ultraje? Curioso raciocínio. Dona Ruth, não gostou da pinta do delator, mas aprecia Gleisi que recebia pacos de R$ 250 mil, dinheiro roubado da Petrobras. Curiosa moralidade seletiva!
Está em defesa de não mostrar um vídeo que esclarece de maneira contundente a corrupção destes políticos sem nenhum escrúpulo.
Entenda, é dinheiro do povo!!!
Não é fruto particular!!!
Esconder prá quê ?
Tem que ser mostrado sim!!!
Cair a cara de quem se acha e discursa o correto!!!
Maldita hipocrisia!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!