(por Ruth Bolognese) – Os marqueteiros políticos têm o péssimo hábito de trabalhar a imagem e as estratégias de seus clientes candidatos como se fossem sabonete Gessy. E cuidam muito bem da embalagem: da cor da camisa ao olhar 42. Do discurso arretado ao jeito de segurar as criancinhas. Mas esquecem duas coisas fundamentais: a história de vida do candidato e, principalmente, de combinar com o povo.
É exatamente isto o que a comunicação do deputado estadual Ratinho Júnior está fazendo. Resolveu mudar o nome do candidato. O Ratinho Jr. virou Carlos Massa Ratinho Júnior. Ignoram que o guri com esse apelido e o jeitão de Luan Santana é o maior sucesso das urnas no Paraná desde que os radialistas se afastaram da política.
Conclui-se que Ratinho Jr. tem vergonha do Ratinho Jr. E partiu para uma granfinagem que poderá ter consequências desastrosas. Ou seja, o apelido foi a cara da riqueza para elegê-lo deputado federal e estadual, duas vezes cada, mas não o é para conquistar o Palácio Iguaçu.
Pior, pega o caminho inverso do pai, que mesmo milionário e famoso, continua na TV falando “tchaca, tchaca na butchaca” e dizendo que conheceu Paris e não achou lá essas coisas. Ou alguém aí imagina o Ratinho apresentando no SBT o “Programa do Carlos Massa?”
Os marqueteiros estão pisando em terreno minado. Primeiro, porque jogam fora um patrimônio popular que todo candidato procura mais do que doação legal de campanha. E segundo, que na falta absoluta de vergonha na cara dos políticos que aí estão, o eleitor vai se interessar mesmo é na ficha-limpa do candidato e no que ele tem a oferecer pra tirar todo mundo do buraco.
Ao que se saiba, Ratinho Jr. é ficha limpa. Já Carlos Massa… vai lá saber. Ratinho Jr. começa a apresentar seus projetos para o Paraná. Já Carlos Massa… e quéco?
Ou, talvez, os marqueteiros do Carlos Massa tomem chá com o dedinho em riste e leiam Shakespeare: “Se outro nome tivesse a rosa, ainda assim exalaria o mesmo perfume…”
Despacito neles!