Têm sido raras ultimamente as manifestações de Alvaro Dias, candidato do Podemos à Presidência, em favor do irmão Osmar Dias, do PDT, candidato ao governo do Paraná. O contrário é que tem sido mais frequente: sempre que surge oportunidade, Osmar manifesta apoio a Alvaro, mas reluta em sair do PDT e se filiar ao Podemos. Porém, ficando no PDT ou mesmo aderindo a um partido que também esteja comprometido com outro candidato presidencial, não haverá liga com Alvaro. Os dois fatalmente estarão em campos opostos.
Por exemplo: se Osmar se mantiver no PDT, obviamente terá de abraçar o presidenciável do partido, Ciro Gomes. É improvável que o candidato ou mesmo a direção nacional pedetista liberem Osmar Dias para apoiar o irmão Alvaro. Ou mesmo se mantenha neutro.
Se, porém, Osmar Dias atender aos convites que inicialmente lhe foram feitos por Alvaro para que se filie ao Podemos, certamente ambos perderiam as possibilidades de atrair legendas menores para formarem aliança em torno deles.
Com os dois juntos num mesmo partido e na mesma chapa, seria mínima a chance, por exemplo, de os demais candidatos ao governo estadual – como Cida Borghetti e Ratinho Jr. – virem a apoiar o nome de Alvaro como candidato a presidente. Entrará em ação a tradicional autofagia, que canibaliza “gente da terra” toda vez que um paranaense alcança alguma projeção nacional. Isto é, Alvaro Dias seria alvo da “oposição” de todos.
Sem Osmar ao seu lado, Alvaro contaria no mínimo com a boa vontade de Ratinho Jr., Cida e até mesmo de Beto Richa.
Diante disso, a investida esperta de Requião, que sugeriu a Osmar Dias que voltassem a caminhar juntos na eleição de 2018, não chegaria a interferir no projeto de Alvaro. Pelo contrário, Alvaro poderia até angariar mais apoio para ele no Paraná.
A pergunta que fica: em qualquer dos lados que estiver, Osmar prejudica Alvaro?
Ou ainda outra: quem prejudica mais quem?