O procurador-geral de Justiça, Ivonei Sfoggia, mandou divulgar nota oficial do Ministério Público para explicar porque o promotor Carlos Alberto Choinski deixou de atuar num dos mais rumorosos casos de corrupção da história recente do Paraná – a Operação Negro.
Segundo Sfoggia, Choinski teria pedido para sair do Gepatria, grupo do Ministério Público especializado no combate à improbidade administrativa. Diz a nota:
“Em relação à saída do promotor de Justiça Carlos Alberto Choinski, esclarece-se que ele foi convidado a atuar exclusivamente no Gepatria, tendo [porém] optado por permanecer apenas no setor de Recursos Cíveis do MP-PR, onde já atuava cumulativamente”.
Acrescentou que destacará para o Gepatria outros dois promotores exclusivos e que esse “incremento da estrutura administrativa dará maior amplitude e agilidade ao combate à corrupção”.
Sfoggia mereceria parabéns não fossem alguns detalhes que, estes sim, precisam de explicação.
Por exemplo: no período em que Choinski atuou no Gepatria ele identificou e comprovou a participação de autoridades públicas no esquema da Quadro Negro passíveis de responder a ações por improbidade perante a Justiça de primeiro grau: o governador Beto Richa e o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ademar Traiano.
Entretanto, em razão de disposições previstas na lei orgânica dos Ministérios Públicos, somente o procurador-geral de Justiça pode propor ações contra autoridades deste nível. Há dez meses o Sfoggia detém elementos suficientes, reunidos por Choinski, para promover as ações, mas não o fez.
A resposta a esta pergunta é bem mais simples do que explicar o afastamento de Choinski: por que o procurador-geral ainda não propôs ações contra Beto e Traiano? É isto que se espera que Ivonei Sfoggia responda – caso contrário a sociedade poderá entender que a falta de providências faz parte de uma “operação abafa”, algo incompatível com as funções do Ministério Público.
E de quebra, por conexão, porque não propôs ações iguais contra os deputados Plauto Miró Guimarães e Valdir Rossoni, contra os quais também pesam suspeitas de participação nos esquemas que resultaram na assinatura pelo governador, num só dia, de seis aditivos de liberação de verbas da Educação para construção de sete escolas que a construtora Valor mal tirou do chão?
O Contraponto já fez estas perguntas e mantém a disposição, que reconhece como obrigatória, de dar espaço para as respostas.
O compadrio escabroso entre os poderes públicos do Estado embaralha todas as iniciativas. Começa por não darem satisfação à sociedade. Se questionados por alguém encontram sempre desculpas para o que não fazem e deveriam fazer. É lastimável que ajam dessa forma, são “donos do poder” e não prepostos da sociedade que lhes paga os régios salários e os malsinados auxílios-moradia. Querem se intitular como instituição independente, querem autonomia administrativa e financeira, querem status de magistratura, no entanto, agem como subservientes frente aos altos escalões do governo.
É o PT aparelhando todos os níveis de poder, sem ninguém perceber… Tratar bem os pobres e necessitados, pisando sobre as atribuições da Defensoria Publica, para ter em mãos o instrumento de implementação do projeto de poder marxista idealizado por alguns, e imposto a todos.
Poderia cobrar o MP abre o caso ICI. Tem relatório do TCE, relatório do próprio MP que sugere formação de quadrilha no políticos, procuradores municipais, servidores públicos e empresários. Quanto já foi desviado desde 1998? Esse mesmo grupo, hoje comanda a ti no estado, além de tentáculos em vários governos do PSDB.