(por Ruth Bolognese) – A competência como gestor do superintendente do Porto de Paranaguá, Luiz Dividino Neto, pode ser medida pela comparação: foi ele quem conseguiu consertar todas as loucuras do psiquiatra Eduardo Requião, símbolo maior do nepotismo da era Roberto, realizadas na área portuária. E levar Paranaguá a bater recordes sucessivos de embarque e desembarque sem provocar sequer dois caminhões enfileirados na Br-277.
Luiz Dividino, conhecido como Luizão por ter quase 2 metros de altura, é cria do cais, onde começou como simples técnico primeiro na APPA – Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina – e depois na área privada e chegou a superintendente. Foi, a bem da verdade, uma das melhores escolhas, senão a melhor, de todo o governo de Beto Richa.
Em poucos meses acabou com as filas e os problemas complexos, que mantêm navios ancorados por mais tempo do que o necessário no cais e encarecem o custo da produção paranaense. Os “problemas complexos” sempre foram o caminho mais fácil para a corrupção e as irregularidades às quais um porto importante como Paranaguá está sujeito permanentemente. A face mais visível desses “problemas complexos” são as filas de caminhões que se tornaram rotina, durante anos e anos, para quem descia a belíssima estrada que leva de Curitiba ao Porto e ao Litoral.
Apoiado pelo setor produtivo, com um projeto milionário de expansão do Porto até o final de 2018 com investimentos de R$ 2,2 bilhões, Luiz Dividino preferiu deixar o cargo, apesar de convidado a permanecer pela quase governadora Cida Borghetti.
A justificativa do pedido de exoneração foi um provável retorno para a iniciativa privada. Entre os portuários corre a versão que Luizão formou uma equipe de primeiríssima linha, azeitada e de confiança, o que lhe permitiu realizar seu projeto de gestão. As dúvidas sobre as novas nomeações que, obviamente, seriam colocadas pela família Barros, selaram a decisão.
Espera-se que a Cida não mexa no pessoal que lá está, pois colocaria em dias a perder o trabalho de anos.
Verdade. E a herança de Eduardo, quem responde por ela ? Ou “ficou assim” como os contratos dos pedágios assinados em 97 ?