É de 2015 um ofício assinado pelo presidente do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) dirigido à Fundação ABC – instituição privada ligada ao agronegócio – pedindo-lhe a “realização de estudos para refazer o perímetro” da Escarpa Devoniana. O fac-simile do ofício, assinado pelo presidente do IAP, Luiz Tarcisio Mossato Pinto, mostra que foi de um órgão do governo estadual, o próprio IAP, que partiu a iniciativa de encomendar à ABC um “mapa atualizado com todas as informações necessárias sobre a APA [Área de Proteção Ambiental], excluindo as áreas de produção, para o estabelecimento de um novo perímetro para atender à solicitação do Grupo Gestor e para as providências oficiais indispensáveis”.
Que Grupo Gestor seria este? Seria, por acaso, o colegiado formado por representantes das 13 prefeituras encravadas na área da escarpa e por entidades ambientalistas?
Ou seria o Conselho criado por lei em 2013 encarregado de gerir e proteger a escarpa?
O IAP não definiu com clareza o que seria este grupo gestor. Mas seja lá o que for, o Conselho e o suposto “grupo” – que com ele poderia ser confundido – negam ter decidido pela mutilação. Os conselheiros, aliás, afirmam que o assunto jamais foi aventado em suas reuniões.
Resumo da ópera: o projeto que tramita na Assembleia Legislativa, subscrito pelo deputado Plauto Miró Guimarães, apenas formaliza uma iniciativa do próprio governo do estado visando a diminuir a Escarpa Devoniana a um terço da área original. Provavelmente atendendo a interesses econômicos privados e contrariando os interesses de defesa do patrimônio histórico e ambiental.
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