O Homem das Mil Faces e o Governo de Mudos

(por Ruth Bolognese) – Existe um paranaense que já ultrapassou há muito tempo a barreira do som e ninguém percebeu. Fala-se aqui do Governador, Vice-Governador, Articulador Político, Deputado Estadual, Porta Voz do Michel Temer, do Coitadinho do Beto, do irmão, Silvio e do cunhado Borghetti. Exerce, também, o papel de marido e, simultaneamente a tudo isso, comanda o Ministério da Saúde, onde acompanha, além de todos os encargos, o transporte de medicamentos pelo País afora. Nas cerimonias oficiais em Brasília fala em nome de Michel Temer.

Ontem à tarde, exatos três minutos depois de o Contraponto divulgar uma nota sobre uma possível decisão do grupo político do governador pelas candidaturas de Beto Richa ao Senado, Cida Borghetti ao Governo e Ademar Traiano no comando do Governo do Paraná, o ministro Ricardo Barros ligou de Brasília para desmentir tudo. Com a ênfase de quem articula o jogo e domina a bola para 2018, afirmou categoricamente que Cida Borghetti será candidata ao Governo, sim, mas no exercício do cargo de governadora.

Só nessa conversa com o editor Celso Nascimento falou em nome de todos e mais alguns, criticou as fontes locais de informação e, tal e qual um Luiz XIV de Maringá, deixou claro: “a fonte sou eu”. Quem tem estômago e paciência para observar de fora a política do Paraná, vai concluir que aqui não existe ninguém além de Ricardo Barros para falar da macro política. Temos no Palácio Iguaçu, literalmente, um Governo de Mudos.

Há meses ele já decidiu o que vai acontecer em Abril de 2018 e que sua filha, Maria Victória, independente dos ovos desperdiçados no casamento ostentação, será candidata a deputada estadual novamente, pelo partido dele. Divulgou o organograma estabelecido e não se ouviu um pio de nenhum lado.

Que Ricardo Barros é um político espaçoso e absolutamente focado nos objetivos que traça para a própria família, isso todo mundo já sabe. O surpreendente é que, por malemolência, temor ou falta de liderança, os demais personagens da arena política local deixam o leão deitar e rolar. A continuar nesse ritmo, serão engolidos um a um e, ao final do espetáculo, o leão vai levantar as patas e urrar: “Uaaaaaaauuuuu”. Tudo dominado.

1 COMENTÁRIO

  1. Texto correto até certo ponto. A partir da decisão pessoal de Ulisses Maia de candidatar-se a Prefeitura de Maringá, contrariando o dono de tudo, passou-se a compreender que a cidade, pelo menos nesse espaço, as forças foram divididas e por maior esforço que tenha sido feito pelo “rei” , a outrora majestade suprema, perdeu-se na poeira da lavada que representou o desafeto Ulisses Maia.
    Vitória inconteste diante do irmão-mor, com coordenação do Reicardo Barros.
    Para piorar, o dia a dia da gestão de Ulisses, começa a traçar um caminho muito árduo para RB (como é chamado nessas bandas) recuperar a liderança em termo absolutos.
    Ulisses Maia ganha espaço e se consolida, no terreiro de Ricardo Barros, como a nova liderança.
    Detalhe de seu gabaritado comentário, que contesto (se me permite ousar):…”não há silêncio dos mudos!” ao contrário, mais de 60% da população de Maringá, cidade berço de Ricardo Barros, berrou aos quatro ventos por mudança.
    E parece que tudo esta sendo mudado.
    Ricardo Barros há que impor sua força de mando, talvez em Curitiba, aqui, a música que a banda toca, já tem outro maestro.

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