(por Ruth Bolognese) – O governo do Paraná deve uma explicação clara e definitiva sobre a revelação do ex-diretor do Instituto Butantã, Isaías Raw, que estranhou a compra de 500 mil doses da vacina contra dengue da empresa Sanofi Brasil, em 2016. O custo chegou a R$ 50 milhões.
Além de dúvidas sobre a eficácia contra os quatro tipos da doença, a vacina é um perigo para quem jamais teve dengue. Trinta muncípios do Paraná tiveram campanhas de vacinação e receberam o produto. E em dois deles, Assaí e Paranaguá, a vacina foi dada em crianças a partir dos 9 anos.
O ex-diretor do Butantã, instituto mais respeitado na área do Brasil, falou para a Folha de São Paulo sobre o assunto e levantou questões graves nessa compra.
O ex-diretor afirmou categoricamente que a Sanofi, fabricante da vacina, fez a vacina errada e, curiosamente, houve apenas um comprador, o governo do Paraná. – “E o que o Estado vai fazer com essa compra agora?”
E perguntou também: “Qual a relação entre o governo do Paraná e o ministro da Saúde? O ministro é um político, não entende de saúde pública ou vacinas”, afirmou.
E outra informação que deixa essa compra ainda mais estranha é o fato de que a Organização Mundial da Saúdes, OMS, só recomenda que a imunização seja feita com 50% de casos de dengue ou mais na população. O Paraná começou a campanha sem comprovar que qualquer um dos 30 muncípios tivesse esse percentual da doença.
Então, quando é que o governo Beto Richa vai se explicar?
Posicionamento da Abrasco sobre a vacina DENGVAXIA® (contra a Dengue) – http://mariolobato.blogspot.com.br/2018/01/posicionamento-da-abrasco-sobre-vacina.html
Colocando mais gasolina na fogueira:
O único estado da Federação que se aventurou nesta vacinação foi o Paraná.
No MUNDO, a Sanofi tinha conseguido vender a vacina apenas nas Filipinas… e está sendo processada pelo governo de lá. Após a divulgação dos estudos (que apontam os riscos da vacina) as Filipinas também pediram um levantamento sobre a imunização de mais de 730.000 crianças com a vacina e a campanha de vacinação foi suspensa.
A OMS emitiu nota desaconselhando a aplicação da vacina em pessoas que não tenham tido contato com a dengue.
A ABRASCO (Associação Brasileira de Saúde Coletiva) emitiu nota dizendo textualmente que o governo do Paraná deveria suspender a campanha de vacinação dado os enormes riscos.
A ANVISA emitiu nota recomendando que a vacina não seja tomada por pessoas que nunca tiveram contato com o vírus da dengue.
O secretário de saúde do Paraná é o presidente do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde e o Paraná é vitrine privilegiada em iniciativas na área da saúde. Se a vacinação tivesse dado certo aqui… os demais estados iriam embarcar na canoa da vacina (ainda não suficientemente testada) da Sanofi.
Um universo de 200 milhões de habitantes estaria colocado à disposição da multinacional e sua vacina fajuta.
O secretário Caputo jogou sempre em dobradinha com o deputado Luciano Ducci. Ducci fez lobby intenso para incluir a vacina no calendário oficial do Programa Nacional de Imunização. Chegou até a apresentar Projeto de Lei neste sentido.
Então, não é só o governo Richa que tem que se explicar… A dobradinha Ducci/Caputo – em franca campanha eleitoral antecipada – deve explicações.
O ministro da saúde, Ricardo Barros, faz de conta que este gasto de R$ 50.000.000,00 não tem nada com ele.
Ruth, só quando os federais entrarem para arrebentar esse governo-família instalado no Paraná ! São demais os casos suspeitos e a sociedade, raras exceções, não encontra resposta nas autoridades de controle público paranaense, ou nada fazem, ou fazem de conta que fazem ou ainda fazem para inocentar ou melar qualquer ação contra as altas esferas dos poderes. E a sociedade insossa assiste impassível esse quadro de barbaridades. Exemplo de notícia de hoje: faz dois anos que sequer a população consegue tirar carteira de identidade no Instituto de Identificação e fica asssim mesmo …