O Estado de Direito brasileiro

Por Claudio Henrique de Castro –  O mundo civilizado está vacinando.

No Brasil nem sombra ou sinal de quando ocorrerá a vacinação em massa, se é que ocorrerá em 2021.

Somos o retrato de um presidente e seus aliados que são contra a vacina.

Tudo isto atrasa a retomada da economia, empregos, crescimento e tudo mais que se sabe de cor e salteado e nem precisa ser economista.

No feriadão do final de ano, milhares de pessoas à beira do mar, negando a realidade.

O congestionamento de jatinhos em Trancoso – BA, as festas e badalações são apenas um retalho do que rolou em toda orla brasileira.

Assim como a exclusão social, o feminicídio em massa, o racismo estrutural, as mortes no trânsito, a soberba dos poderes e a impunidade dos corruptos, tudo é negado no Brasil.

Nega-se o óbvio: – o mundo está vacinando e o nosso país está super atrasado.

As redes sociais com piadas sobre a realidade, manifestações de protesto e desaforos, curtidas e comentários apenas extravasam um momento de indignação, nada mais.

Resumo de tudo: relaxaram as medidas de prevenção e se reavivou o contágio.

Na linha de frente, médicos, enfermeiros, pessoal da limpeza, terceirizados, heróis anônimos que calados assistem aos enfermiços.

Luzes no horizonte?

A pesquisa de percepção da realidade de 2017 revelou que o Brasil num ranking de 38 países é o segundo colocado com a população sem conhecimento da realidade.

O recente relatório Ruleof Law Index 2020, publicado pelo World Justice Project, que avaliou o funcionamento do governo das leis em 128 países, constatou que somos o segundo país que mais regrediu em relação ao ano anterior, ficando atrás apenas da Argélia.

A pontuação do Estado de Direito brasileiro regrediu em todos os itens avaliados:  nas restrições aos poderes do governo, na ausência de corrupção, no governo aberto, nos direitos fundamentais, na ordem e segurança, na aplicação regulatória, na justiça civil e na justiça criminal.

Descumpre-se o dever de vacinar o povo e se lhes retira direitos.

A sustentação do governo está no sólido e rico bloco político do Centrão que elegeu mais de cinquenta por cento dos prefeitos nos municípios brasileiros, faz as esquerdas se ajoelharem para não terem um representante ainda mais capacho de Bolsonaro no Congresso para corroer os ditos avanços sociais assegurados na Constituição de 1988, e em leis e decretos que, gradativamente, estão sendo revogados.

As big tecs, a mídia, os jornalões, as afiliadas da Globo que na sua maior parte elegem as elites estaduais e regionais, e as outras redes de televisão, cada qual com seus donatários, todos perfilados nesta viagem ao fundo do mar.

O Brasil é o país da paciência, da palermice, da indiferença, do pagode, do funk,dos sertanejos e do futebol.

No geral, as figuras que melhor expressam isto são os atuais craques do futebol: ricos, famosos, indiferentes e hedonistas.

Como fazem falta Sócrates, Casagrande e os jogadores da democracia corinthiana, da década de 1980, para galvanizar as massas em prol dos seus direitos.

Fonte:www.direitopraquemprecisa.com.br

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