(por Ruth Bolognese) – Feliz mesmo é dona Cida Borghetti que, graças ao marido poderoso, implacável e articulador ganhou o governo do Paraná, a candidatura à reeleição, recursos a dar com pau e um número tão grande de partidos aliados que as siglas não cabem nem na telinha estendida.
Só não ganhou a capacidade de convencer o eleitor paranaense que será capaz de governar por si própria, mas esse é apenas um detalhe que os marqueteiros da campanha eleitoral já estão quase resolvendo.
Ah, se todas as mulheres fossem iguais a você, Cida Borghetti, e não haveria mais nenhuma candidata reclamando da falta dos recursos mais básicos na luta pelo voto.
No mesmo Paraná de Cida Borghetti, outra paranaense, Natalie Understell, com um mestrado de administração pública em Harvard, EUA, onde teve contato direto com as experiências mais bem sucedidas em políticas públicas, é candidata a deputada federal pelo Podemos, o partido moderno do senador Alvaro Dias.
Currículo não lhe falta. Além do mestrado em Harvard, é Bolsista do RenovaBR, grupo que financia a formação de quadros inéditos no Congresso Nacional. Mas já teve cacique partidário insinuando que ela deveria abaixar a bola e tentar um cargo menor. Recentemente, ela recebeu um aviso que receberia R$ 2.000,00, média que as mulheres-candidatas estão recebendo na campanha eleitoral.
Natalie foi personagem de uma extensa reportagem da “Folha de São Paulo” sobre os bastidores das campanhas femininas. Além da falta de recursos, tem as mensagens a lá Jesse Valadão, os pedidos de nudes, a ignorância total. E quem se liga nos partidos em cumprir a exigência de reservar 30% das vagas eletivas para candidatas?
Dilma Rousseff já foi Presidente, Gleisi Hoffmann é a poderosa do PT, dona Carminha comanda o STF, dona Raquel Dodge a PGR e por aí vai.
Mas na política partidária continua valendo o de sempre: sem um marido, um pai ou um padrinho poderoso, as mulheres amassam aquele pão junto com o Diabo pra se viabilizarem como candidatas.
Feliz do Paraná em ter uma candidata como Natalie! O Brasil todo ganharia com ela no Congresso Nacional!
Celso, eu sou a Clara Lina Unterstell da Apolar Batel. Lembra de mim? A Natalie é minha filha e fiquei muito contente com seu artigo. Obrigada e peço teu apoio a ela. Abraço