(por Ruth Bolognese) – A se confirmar o nome do procurador Ivonei Sfoggia como único concorrente de si mesmo para a reeleição ao cargo de procurador-geral de Justiça do Paraná – e não há sinais de concorrente à vista, como informou esse Contraponto – é ruim pra todo mundo. O embate de candidatos, em qualquer partido, entidade, corporação, sala de aula ou até pra se escolher um cônjuge, garante a regra básica da democracia e da nossa vida: a livre escolha. Sem opção não há solução.
No caso específico do Ministério Público do Paraná, a existência do candidato único confirma a boa vontade das principais lideranças do órgão para com o governo Beto Richa. A última manobra do procurador-geral Ivonei Sfoggia tirou do posto o principal investigador da Operação Quadro Negro, Carlos Alberto Choinski, no exato momento em que chegara a hora e a vez de notificar o governador para explicar o rombo de R$ 20 milhões nos recursos destinados a escolas publicas.
Ponto para o Governo.
O período eleitoral para a escolha do novo procurador – que vai até 14 de março – seria uma boa oportunidade para o próprio Ministério Público esclarecer, ou pedir esclarecimentos, dessa atitude do seu procurador-geral. A disputa entre a reeleição de Sfoggia e outro candidato traria transparência necessária para colocar em pratos limpos a desconfiança generalizada, e baseada em fato concreto, que pesa sobre o atual procurador de favorecimento ao governador.
Reeleito, Ivonei Sfoggia será sacramentado no cargo e tomará posse ao lado de Beto Richa, como manda o protocolo. E o Paraná inteiro continuará na dúvida. Péssimo recomeço para um órgão que tem como função primordial a vigilância permanente sobre atos e ações do poder público diante de todos os cidadãos.