Coronavírus: MP cobra de Greca manutenção da bandeira amarela

O Ministério Público do Paraná (MPPR) , por meio da Promotoria de Justiça de Proteção à Saúde Pública de Curitiba, manifestou-se nos autos da ação civil pública que questiona a matriz de risco adotada pela Prefeitura da capital para o enfrentamento da pandemia. A medida foi adotada a partir da publicação do Decreto Municipal 1.570, na última sexta-feira (20), que, apesar do aumento expressivo do número de casos de contaminação por coronavírus na cidade, prorrogou por mais uma semana a vigência da bandeira amarela (nível 1 de alerta).

Na petição, o MPPR requer ao Juízo a análise do mérito do pedido feito na ação civil pública, no sentido de que o Município de Curitiba, enquanto durar o estado de emergência de saúde pública decorrente da pandemia, oriente-se a partir de matriz de risco adequada à prevenção e ao enfrentamento da Covid-19. De acordo com boletim da Secretaria Municipal de Saúde dessa segunda-feira (23), foram registrados 1.339 novos casos e dez novas mortes causadas pela doença.

A Promotoria de Justiça sustenta que a matriz de risco atualmente utilizada pelo Município vem se mostrando ineficaz na prevenção e adoção de providências resolutivas para o enfrentamento da pandemia, sobretudo porque não permite a identificação eficiente de possíveis ameaças e vulnerabilidades causadoras dos riscos sanitários, não indica os métodos de cálculo e de avaliação desses riscos, não estabelece ordem de prioridade a ser levada em consideração nesses cálculos e avaliações de risco e tampouco permite explicitar as providências e ações de controle propostas a partir da metodologia seguida.

Ao demonstrar as fragilidades da matriz adotada, o MPPR argumenta que “o Município de Curitiba vem trilhando caminho contrário ao proposto pelas autoridades sanitárias do Estado do Paraná e pelos referidos Conselhos (Conselho Nacional de Secretários de Saúde e Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde)”. Para o MPPR, tal ordem de coisas tem estimulado a diminuição do isolamento social entre a população do município, o que aumenta os riscos de propagação do coronavírus.

A manifestação foi juntada nos autos do processo que já tramita na Vara da Fazenda Pública de Curitiba, a partir do ajuizamento de ação civil pública em 19 de agosto deste ano. (MPPR).

 

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