A mortandande nos confrontos policiais

A mortandande nos confrontos policiaisO secretário da Segurança, Wagner Mesquita, dá explicações bem simplista para justificar o fato de os policiais militares do Paraná matarem civis em confrontos bem mais que a polícia da Califórnia, um dos estados que enfrentam os maiores índices de criminalidade nos Estados Unidos. Segundo ele, a criminalidade no Paraná é mais violenta e mais armada, fatores aos quais se acrescentam outros que favorecem a incidência criminal, como a expansão do tráfico de drogas e problemas sociais. O levantamento foi feito pelo repórter Rogério Galindo, no Blog Caixa Zero, na Gazeta do Povo.

Sobre a qualidade melhor das armas da bandidagem americana ele tem razão. Lá, com pouquíssimas exigências, pode-se comprar armas potentes até no bazar da esquina, o que quase os iguala às condições de armamento portados pela polícia de lá. E aí a coisa já fica de igual para igual.

O que não é igual, por exemplo, são is serviços de inteligência, os treinamentos – inclusive psicológicos a que são submetidos os policiais americanos. Aqui, com armas obsoletas e mal protegidos por coletes vencidos, os policiais são obrigados a agir premidos pelo nervosismo e pelo medo, sentimentos naturais de ter enfrentar bandidos mais equipados que eles. A luta pela preservação da própria vida a qualquer custo induz ao uso da maior violência e, consequentemente, mais mortes.

Mais um detalhe que não entrou nas cogitações do secretário: a Califórnia tem uma população quatro vezes maior do que a do Paraná.

Mesmo assim, enquanto lá Califórnia morreram 152 civis durante todo o ano de 2017, no Paraná, só no primeiro trimestres, os confrontos policiais registraram 122 casos fatais.

Ocorreram no Paraná também mais mortes de policiais do que do que na Califórnia – mais uma prova de que os policiais de lá estavam mais treinados e mais protegidos.

 

2 COMENTÁRIOS

  1. Comparação ridícula.
    Não que dê razão ao sr. Secretário, mas esses levantamentos apenas endossam a crise moral que nos assola.
    E a imprensa ao invés de se posicionar contra isso é quem mais difunde esses absurdos.
    “Se há um alto índice de mortalidade decorrente de ações policiais, algo está errado com a polícia, pois na Califórnia não é assim.” E assim vão educando e mimando os leitores, que sempre sabem em quem por a culpa, mas não se enxergam como parte do problema.

    Um brinde à nós, sociedade corrupta, que reclama de corrupção.

  2. Eis o X da questão. Só há letalidade porque há policiais trabalhando, indo para as ocorrências e enfrentando o crime.
    Se os policiais pararem de ir às ocorrências não morrerá mais nenhum criminoso. E quem pagará com o patrimônio e a vida seremos nós.
    E olhe que motivos não faltam para que os policiais desanimem. Mas, por força de vontade, amor ao próximo e respeito à carreira que escolheram, ainda se mantém ativos e vibrantes.
    Os Policiais que matam e morrem no Paraná são quase que 100% Militares que estão todos os dias nas ruas, enfrentando o novo cangaço, facínoras fortemente armados e sem o mínimo medo da justiça, quadrilheiros e assassinos impiedosos. Não que os Policiais Civis não queiram ir para a rua, mas estão imobilizados nas delegacias, cuidando dos presos que estão superlotando as carceragens, que não foram esvaziadas porque a administração Mesquita/Francischini só fez lambança, a começar por trazer o sistema penitenciário para dentro da SESP e não construir as penitenciárias que prometeu, mesmo com liberação de recursos federais.
    E esses policiais que estão na rua são mesmo verdadeiros heróis, pois, mesmo sem o mínimo de condições, continuam corajosamente enfrentando os marginais. Quando não são feridos ou mortos, gastam fortunas com defesas judiciais que deveriam ser custeadas pelo Estado, pois estão nos defendendo dos vermes que ameaçam nossas famílias.
    Receberam do Mesquita viaturas minúsculas, onde os policiais maiores nem cabem e quando chegam nas situações de emergência ficam vulneráveis, pois demoram muito para sair da viatura.
    Trabalham com armas ruins, porque não houve um sério trabalho do Mesquita para comprar armas eficientes.
    Estão com coletes vencidos há meses, porque o Mesquita não fez seu trabalho de licitar coletes novos.
    Só aí são três fatores que os colocam em sério risco no enfrentamento da violenta criminalidade.
    Além de tudo isto, não recebem fardamento porque o Mesquita não fez seu trabalho de administrar a SESP. Correm atrás de materiais básicos de expediente, higiene, limpeza, manutenção, além de alimentação, porque o Mesquita não se preocupa em gerenciar coerentemente os recursos que tem e buscar os que não tem.
    E, mesmo com todos esses percalços, tendo que ler matérias que os desmerecem e aguentar desaforos de esquerdopatas delirantes, sociólogos de academia e rábulas dos direitos humanos, continuam firmes no combate ao crime.
    E o que recebem em troca da SESP, na administração Mesquita/Francischini? Nada! Somente ingratidão e a desfaçatez de secretários que se valem das ótimas ações de seus policias para viver dando entrevistas e aparecer sob os holofotes que não lhe são devidos.
    Vender o peixe que não pescou, secretário, é desmerecer o pescador. Posar de padre no altar do santo alheio é pecado.
    Aproveite os dois meses que lhe restam como secretário e tente corrigir os erros do passado. A marca da ferida vai ficar, mas quem sabe o tempo lhe seja indulgente e as polícias do Paraná esqueçam o quanto a administração Mesquita/ Francischini lhe fez mal.
    Só torçamos para que os valorosos policiais paranaenses não desanimem, pois quando isto acontecer estaremos definitivamente à mercê do mal.
    E a culpa será verdadeiramente dos que mal administraram a Secretaria de Segurança do Paraná.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui