Moro vira vidraça

(por Ruth Bolognese) – O ex-juiz Sérgio Moro saiu do Judiciário, mas o Judiciário continua nele. Domingo, na Espanha, num evento com a presença do escritor peruano Mário Vargas Llosa, Moro usou o futebol – “estou cansado de levar bola nas costas” – para reclamar das críticas. Desde que deixou o papel de juiz durão da Lava Jato para virar super ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, é alvo daqueles que o preferiam no papel de justiceiro.

A verdade é que Moro nem sentiu, ainda, o que é lidar com políticos no Congresso Nacional, onde o mais ingênuo, pra usar uma expressão doméstica, “é capaz de fazer um belo omelete sem quebrar os ovos”.

O ex-governador Mário Pereira, com tarimba de mandatos e cargos políticos, e uma boa dose de tolerância, terminou seu período no Palácio Iguaçu com uma conclusão surpreendente: 99% das que marcam audiências, promovem eventos, se aproximam, enfim, dos governantes, vão pedir alguma coisa. É com isso que se tem que lidar no exercício do cargo.

Com Moro não será diferente. Ele sofrerá a pressão diária por favores, pedidos, exigências e demandas (corretas ou não) de deputados, senadores, prefeitos, governadores, etc etc e a negativa será amplamente criticada. E aí começa o desgaste.

Há que se ter um jogo de cintura para campeonato de bambolê e, fora isso, reservar um bom período de tempo para desfazer armadilhas e arapucas montadas, às vezes pelos próprios colegas.

Bola nas costas era pouco. Vem aí chumbo grosso.

3 COMENTÁRIOS

  1. Ele não viu nada ainda. Depois dessa proposta de investigar quem fez acordo para repatriar dinheiro que estava no exterior, mexendo com pessoas de posses que em princípio agiram de boa fé, arrisco dizer que a chapa dele já esquentou bem antes do tempo. Alguém precisa avisar o moço que aquilo que foi combinado não é caro…

  2. Pessoas de bem vão apoiar ele quando esclarecer as dúvidas do caso Banestado e mostrar provas concretas contra Lula, tipo malas de dinheiro contas no exterior, registro de imóveis dos bens que ele diz ser de Lula ai sim ele acaba com essa divisão no Brasil por que por enquanto pessoas coerentes não tem como confiar nele com as coisas tão nebulosas que ele deixou em aberto

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