Desgastada desde que pediu acúmulo salarial que lhe renderia mais de R$ 60 mil mensalmente, a ministra dos Direitos Humanos, Luislinda Valois, resolveu nesta segunda-feira (19) pedir demissão. Ainda não houve explicações públicas sobre o motivo do pedido de exoneração, já confirmado pelo Palácio do Planalto. Com salário apenas de ministra, de R$ 30 mil, Luislinda causou polêmica no ano passado ao declarar que trabalhava sob condição análoga à escravidão.
Desembargadora aposentada, Luislinda estava no governo desde 3 de fevereiro de 2017 e, com sua saída, o PSDB, que já esteve no comando de quatro pastas do governo Temer, passa a ter apenas uma (Aloysio Nunes, nas Relações Exteriores).
Assessoria de imprensa da Presidência da República se limitou a informar que o posto será temporariamente ocupado pelo subchefe de assuntos jurídicos da Casa Civil, Gustavo do Vale Rocha. Assim, Gustavo passa a acumular duas funções e garante o direito ao foro privilegiado, ao menos enquanto estiver à frente da pasta.
Ex-advogado do deputado cassado e preso Eduardo Cunha (MDB-RJ), o assessor foi citado em inquéritos que envolvem Temer e peemedebistas de alta patente. Um deles diz respeito ao chamado Decreto dos Portos, por meio do qual Temer teria recebido propina para favorecer a Rodrimar, concessionária do Porto de Santos, e outras empresas do setor.