Lula diz que foi vítima da maior mentira jurídica já contada em 500 anos

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou pela primeira voz após os atos condenatórios que pesavam contra ele serem anulados pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF). Em pronunciamento nesta quarta-feira  (10), no Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo, na região do ABC, o petista afirmou que tinha certeza de que este dia chegaria. “Eu tinha tanta confiança e tanta consciência do que estava acontecendo no Brasil que eu tinha certeza de que esse dia chegaria. Ele chegou”, disse Lula.

O ex-presidente afirmou ser vítima da “maior mentira jurídica contada em 500 anos de história” e que todos os fatos indicam sua inocência. “Se tem um brasileiro que tem razão de ter muitas e profundas mágoas sou eu, mas não tenho. Sinceramente não tenho, porque o sofrimento que o povo brasileiro está passando, o sofrimento que as pessoas pobres estão passando nesse país é infinitamente maior que qualquer crime que cometeram contra mim”, declarou Lula.

Lula ainda comentou a atual situação dos brasileiros atingidos pela pandemia, seja pela questão de saúde como na economia. “Não tem dor maior para um homem ou mulher em qualquer país do mundo e não ter a certeza de um café com pão e manteiga para tomar. Não tem dor maior para um ser humano para ele do que chegar na hora do almoço e não ter um prato com feijão e farinha para dar ao seu filho. Do que o cidadão estar desempregado e no final do mês não ter um salário no final do mês”, disse o ex-presidente. “Essa dor que a sociedade brasileira está sentindo agora me faz dizer que a dor que eu sinto não é nada diante da dor que sofrem milhões e milhões de pessoas de quase 270 mil pessoas que viram seus entes sofrerem, que viram seus pais, avós, mãe, sua mulher, seu marido, filho ou neto, e sequer puderam se despedir dessa gente na hora que sempre consideramos sagrada: a última visita e a última olhada na cara de quem a gente ama”, acrescentou.

Se dirigindo a Jair Bolsonaro, Lula falou que não é papel do presidente fomentar a compra de armas para a população e sim estar atenta às reais necessidades do povo brasileiro. “Um presidente da República não é eleito para falar bobagem ou fake news. Não é eleito para incentivar a compra de armas como se nós tivéssemos necessitando de armas. Quem está precisando de armas são as nossas Forças Armadas, nossa polícia que muitas vezes sai para a rua combater a violência com um 38 velho, todo enferrujado. Não é a sociedade brasileira. Não são os fazendeiros que estão precisando de armas para matar sem-terra ou pequenos proprietários. Não são milicianos que estão precisando de armas para fazer o terrorismo na periferia deste país, para matar meninos e meninas, sobretudo meninos e meninas negras, que são as maiores vítimas das armas e balas perdidas do país”, afirmou o petista.

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