É preocupante o nível do reservatório da Usina Hidrelétrica de Chavantes, entre os estados do Paraná e São Paulo. O alerta é do deputado estadual Luiz Carlos Martins. A bacia de Angra Doce, que em dezembro foi denominada pelo presidente Jair Bolsonaro como Área Especial de Interesse Turístico, sofre com a falta de chuvas.
Informações, ainda extraoficiais, dão conta de a bacia do Rio Paranapanema estaria hoje com cerca de 20% de sua capacidade, algo que prejudica toda a região, principalmente em relação ao turismo.
Martins falou sobre o problema em seu programa na Rádio Banda B, na manhã desta quarta-feira (22). “Nós temos um rio que corta o Paraná, o Rio Paranapanema. Comecei a receber informações, como deputado estadual, a respeito da linda represa lá em Carlópolis e Ribeirão Claro, em que o nível da água está baixando muito. É preocupante mesmo. Fomos em busca de respostas e descobrimos que o IAP criou uma ‘sala da crise’ para enfrentar a estiagem que prejudica toda a população do Norte do Paraná, principalmente”, disse Martins.
Em nota, a assessoria do Governo do Paraná informou que:
“O Instituto Água e Terra (antigo IAP), por meio do Comitê da Bacia do Paranapanema, informa que a situação na bacia se encontra complicada desde fevereiro de 2019. Com objetivo de encontrar soluções para o problema, o Comitê em conjunto com a Agência Nacional de Água (ANA) criou a Sala de Crise.
A preocupação maior é com os níveis dos reservatórios do Paranapanema que possuem usos múltiplos de geração de energia, bem como para o turismo e abastecimento público em alguns municípios de São Paulo.
As medidas para manter o máximo possível dos níveis dos reservatórios têm sido tomadas junto ao Operador Nacional do Sistema Elétrico Brasileiro (ONS), porém, os índices de chuvas estão abaixo do normal para as estações do ano”, diz a nota da Secretaria do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo”, diz a nota.
Martins disse na Banda B que acompanha de perto a situação. “Segundo os relatos que recebi, em Carlópolis e Ribeirão Claro, lugares bonitos, estão com apenas 20% da capacidade. E muitos dependem disso: pescadores, trabalhadores do turismo, enfim. Estamos atentos, divulgando, é preciso entender e discutir o problema. Que as autoridades do setor tomem providências”, completou.
Quem fiscaliza o nível do reservatório de Paranapanema é a Agência Nacional de Águas (ANA). E quem licencia atividades na região é o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Área Especial – A região do reservatório da Usina Hidrelétrica de Chavantes foi transformada em uma Área Especial de Interesse Turístico e denominada de Angra Doce por meio da Lei nº 13.921, sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro em dezembro. A medida valoriza a região, o que é um apoio aos cinco municípios paranaenses e os dez paulistas que a integram.
Além disso, estimula a priorização de investimentos públicos para o desenvolvimento do turismo, como reformas de estradas, saneamento básico, saúde e obras. Como área de interesse turístico, a região tem uma maior visibilidade, ampliando a possibilidade de investimentos privados.
A formalização como área de interesse turístico também impulsionará o projeto Angra Doce, que vem sendo desenvolvido pelos governos estaduais do Paraná e de São Paulo. O projeto tem por objetivo promover o desenvolvimento sustentável da região por meio do turismo, o que garante a conservação dos recursos naturais, fomenta negócios sustentáveis, viabiliza a manutenção da infraestrutura adequada.
A previsão é de investimentos e incentivos aos cinco municípios do Norte Pioneiro paranaense e em dez do Sudeste paulista. Do Paraná são abrangidos Ribeirão Claro, Carlópolis, Jacarezinho, Siqueira Campos e Salto do Itararé. As cidades paulistas são Barão de Antonina, Bernardino de Campos, Canitar, Chavantes, Fartura, Ipaussu, Itaporanga, Piraju, Ourinhos e Timburi. Todos os municípios são banhados pelo reservatório da Usina Hidrelétrica Chavantes, formada pela confluência dos rios Paranapanema e Itararé.