Líder dos caminhoneiros é do time dos “velozes e furiosos”

Um dos líderes nacionais da greve dos caminhoneiros é o paranaense Diumar Bueno, presidente da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA). Ele tem prática em greves no setor: pelo menos desde a década de 1980, quando presidente de sindicato em Curitiba, já conseguia paralisar o transporte – geralmente pelos mesmos motivos de agora: combustível caro e frete baixo.

Saiu da província e agora dialoga diretamente com o presidente da República e seus ministros, mas diz estar decepcionado com o governo, que não acena concretamente nem toma medidas para dar solução à greve da categoria que paralisa o país.

“O governo veio mais justificar a impossibilidade de atender às reivindicações da categoria”. Ele sentiu o peso do movimento, que está tomando conta do País, e jogamos a responsabilidade para eles, porque eles foram avisados há mais ou menos um mês”, diz Diumar.

Ele tem experiência na boleia e já sentiu na própria carne o que é fazer parte de um time de “velozes e furiosos”. Corredor e campeão em corrida de caminhões – a Fórmula Truck -, Diumar sofreu em 2012 um dos mais fantásticos acidentes numa prova da categoria, disputada no município de Guaporé, Rio Grande do Sul.

O caminhão que dirigia em alta velocidade perdeu os freios e, desgovernado, caiu em um precipício. Foi o acidente mais sério dos 17 anos de história da categoria, considerando as consequências para o piloto paranaense. Bueno percebeu a falta de freios na reta dos boxes, tomou o caminho da área gramada à esquerda da pista e, sem conseguir diminuir a velocidade, cruzou a pista na curva, rompeu o muro de proteção e despencou de uma altura de mais de 15 metros, até cair na via interna de acesso aos boxes. Ele foi levado ao Hospital Manoel Francisco Guerreiro, em Guaporé, e removido em seguida ao Hospital Marcelino Champagnat, em Curitiba, sua cidade.

Bueno sofreu 17 fraturas na perna direita, 15 fraturas na perna esquerda, fraturas nos ossos nasais e faciais, além de fraturas nos pés e cortes nos calcanhares e na língua.