O Juízo da 2ª Vara da Fazenda Pública de Londrina, no Norte Central do Paraná, determinou a indisponibilidade de bens no montante de R$ 330 mil de seis policiais civis e dois advogados investigados pelo Ministério Público do Paraná (MPPR) por atos de improbidade administrativa. A decisão, em caráter liminar, atende pedido feito pelo Núcleo de Londrina do Grupo Especializado na Proteção ao Patrimônio Público e no Combate à Improbidade Administrativa (Gepatria) em ação civil pública ajuizada após investigações demonstrarem que os citados possivelmente agiam como organização criminosa para obter enriquecimento ilícito. O nome dos envolvidos não foi divulgado.
Além do bloqueio dos valores – que deve incidir sobre cada um dos requeridos – a liminar também determinou o afastamento do cargo dos policiais, que estavam lotados no setor de furtos e roubos da 10ª Delegacia de Polícia de Londrina.
Funcionamento – Os policiais integrantes da associação criminosa supostamente exigiam vantagem econômica indevida por meio dos advogados também participantes do esquema, praticavam cárcere privado como forma de coação e intimidação para o recebimento dos valores, apropriavam-se de bens móveis de particulares que eram alvos de diligências de buscas e apreensões e solicitavam valores para não dar prosseguimento a inquéritos policiais. Além disso, indícios indicam que cobravam para restituir ou extraviar objetos apreendidos em operações policiais.
Até essa segunda-feira (1º), já foram bloqueados R$ 109.014,59 em dinheiro nas contas bancárias dos réus, bem como 21 veículos dos policiais e advogados processados.
Criminal – Em decorrência dos crimes apurados, além da ação civil, o MPPR também ofereceu denúncia contra as oito pessoas, sendo a mesma recebida pela 5ª Vara Criminal de Londrina no último dia 15 de janeiro (Autos 0074701-68.2020.8.16.0014). Entre os crimes apurados estão os de concussão, cárcere privado, peculato e corrupção passiva. (Do MPPR).