A Justiça Federal do Paraná aceitou a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra Eduardo Requião, a esposa, Ana Helena Mothe da Silva Duarte, e dos dois filhos Thiago e Thobias Duarte de Mello e Silva pelos crimes de associação criminosa e lavagem de dinheiro. À Eduardo Requião foi acrescido ainda o crime de corrupção.
A informação é do Blog Politicamente que teve acesso ao despacho do juiz substituto Alessandro Rafael Bertollo de Alexandre, da 14ª Vara Federal de Curitiba, no qual ele aceita a denúncia do MPF e abre prazo para que os acusados apresentarem resposta e ainda se manifestem acerca da intenção de fazer um Acordo de Não Persecução Penal (ANPP) — possibilidade em que os réus confessariam os crimes imputados, devolveriam os recursos desviados, acrescidos de multa e correção, em troca do arquivamento da ação penal.
Os familiares de Eduardo Requião foram implicados na prática criminosa por ter ajudado na lavagem de pouco mais de R$ 3 milhões e na ocultação de outros R$ 6,6 milhões. As contas da esposa e dos filhos de Eduardo Requião foram, segundo a Polícia Federal, utilizadas para movimentar os recursos oriundos de propina. A esposa e os dois filhos de Eduardo Requião, no entanto, são secundários na prática delituosa.
Investigação da Polícia Federal (PF) apontou que os dois “protagonistas” foram Eduardo Requião, que era superintendente dos Portos de Paranaguá na gestão de Roberto Requião, e o empresário Valmor Felipetto — dono da Harbor Operadora Portuária Ltda, empresa com grande atuação no Porto de Paranaguá. Segundo a PF, a dupla montou um esquema criminoso, com o uso de contas de instituições bancárias internacionais, para receber dinheiro de propina fora do país. Estes recursos, segundo a denúncia, eram oriundos de propina de contratos do Porto de Paranaguá — atos de corrupção que já estão prescritos. Mas o de ocultação e lavagem de dinheiro não.