A juízda da 9.ª Vara Criminal de Curitiba, Danielle Nogueira Mota Comar, suspendeu por seis meses o processo decorrente da Operação Quadro Negro. Tudo indica que não quer tomar decisões enquanto não houver desfecho no Supremo Tribunal Federal (STF) quanto ao aproveitamento da delação (já homologada) do dono da Construtora Valor, Eduardo Lopes de Souza. A juíza também não quer atrapalhar a vida privada do réu: livrou-o da prisão domiciliar e autorizou-o a transferir residência para Cuiabá, onde teria um emprego à espera. O filho dele, Gustavo, também foi dispensado da tornozeleira eletrônica.
As expectativas quanto ao avanço da Operação se concentram agora no STF e na PGR, que investigam a participação do governador Beto Richa, de três deputados estaduais e um federal, além de um conselheiro do Tribunal de Contas. O dono da Valor também está pendurado no STF em razão da conexão processual, assim como o ex-diretor da secretaria da Educação, Maurício Fanini.
O esquema consistia na liberação de recursos públicos para a construtora sem que ela tivesse cumprido as obrigações de construir as escolas contratadas pela secretaria da Educação. O desvio, segundo apurou o Ministério Público, ficou na casa dos R$ 30 milhões. Dinheiro que teria ido parar em campanhas eleitorais e no bolso de particulares.